Geddel abandona discrição e volta à ativa publicamente no cenário político
Ex-ministro tem dado entrevistas, participado de reuniões, abriu uma consultoria e não descarta se candidatar
Foto: Reprodução/Redes sociais
O ex-ministro e ex-depitado federal Geddel Vieira Lima (MDB) se manteve por um tempo fora dos holofotes da política desde que foi solto, em 2020, após cumprir três anos em regime fechado.
Geddel foi condenado por corrupção em 2019, no famoso caso do bunker, ocorrido em 2017. No âmbito da Operação Lava Jato, a Polícia Federal descobriu um apartamento alugado por ele em Salvador que guardava malas de dinheiro, totalizando um montante de R$ 51 milhões.
Nas eleições de 2022, Geddel começou a aparecer pela primeira vez, ainda que discreto. Ele comparecia a eventos fechados e reuniões da equipe do então candidato - hoje governador - Jerônimo Rodrigues (PT). A proximidade se consolidou após a definição de que Geraldo Júnior (MDB) seria o vice da chapa.
Passadas as eleições, Geddel tem se sentido cada vez mais confortável para voltar a aparecer publicamente. Ele concede entrevistas a emissoras baianas, está ativo nas redes sociais e, segundo a Veja, tem participado de reuniões com empresários e até abriu uma empresa de consultoria política.
Nas redes sociais chegou até a fazer críticas ao ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), que, em tese, é do mesmo grupo político. Ele chamou o ex-governador de "um cintura dura" e atribuiu a ele parte das dificildades que o governo federal enfrenta com o Congresso.
Já o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi classificado por Geddel como um "bagrão", que seria uma gíria para um um representante que sabe fazer boas negociações.
Já falou também sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), ao dizer que não gosta dele, mas considera "um erro brutal" do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter o tornado inelegível.
“A inelegibilidade não é pena, porque tira do eleitor o direito de julgar”, criticou Geddel. O ex-ministro, por sua vez, está inelegível até 2025.
Ainda segundo a Veja, nas rodas de conversa, ele é frequentemente questionado sobre sua intenção em voltar a disputar uma eleição. Da última vez que essa pergunta foi feita, Geddel pareceu interessado na hipótese.
“Cabe ao eleitor julgar se quer ou se não quer. Lula passou 580 dias no xilindró. Às vezes me perguntam: ‘Qual a diferença sua para Lula?’ Passamos no mesmo hotel”, disse ele, em referência ao fato de que Lula também esteve preso na Penitenciária da Papuda, em Brasília (DF).