Ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio pede desculpas a Moraes

Em depoimento ao STF, ele também negou envolvimento com a suposta minuta golpista

Por Lea Santana
Ás

Atualizado
Ex-ministro da Defesa, general Paulo Sérgio pede desculpas a Moraes

Foto: Fellipe Sampaio/STF

O general da reserva Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa, pediu desculpas públicas nesta terça-feira (10) ao ministro Alexandre de Moraes e ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), durante seu interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) no processo que apura tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

"Inicialmente, presidente, eu queria me desculpar publicamente por ter feito essas colocações naquele dia", afirmou o general ao ser confrontado com declarações feitas por ele em reunião ministerial de dezembro de 2022.

Ao ser questionado diretamente por Moraes sobre a afirmação de que o tribunal "decidia aquilo que possa interessar ou não" e que o governo estaria “de mãos atadas”, Nogueira admitiu que sua fala foi infeliz e atribuiu o tom ao período inicial de sua gestão à frente da Defesa. "Eu tinha assumido o Ministério da Defesa em abril de 22, eu não tinha nem três meses de MD. Vinha do Exército Brasileiro, com 47 anos de Exército, talvez com aquela postura de militar, e vendo aos poucos que na Defesa as coisas seriam diferentes", declarou.

Além do pedido de desculpas, o ex-ministro negou ter tomado conhecimento de qualquer minuta golpista ou de ter discutido relatórios do sistema eleitoral com o então presidente Jair Bolsonaro. “Esse documento, até hoje, eu não sei do que se trata”, disse.

Ele também declarou que o relatório do Ministério da Defesa sobre o sistema eletrônico de votação, divulgado logo após o segundo turno, não foi entregue a Bolsonaro e tampouco motivado por pressão presidencial.

Ainda durante o depoimento, Nogueira recuou da nota oficial publicada à época em reação a posicionamentos do TSE. Disse que não teve intenção de confrontar o tribunal e que, se pudesse voltar atrás, teria escolhido uma redação “mais amena”.

O depoimento de Paulo Sérgio integra a fase final de instrução do processo que apura o envolvimento de integrantes do alto escalão do governo Bolsonaro em uma tentativa de ruptura institucional. Após os interrogatórios, o processo segue para a apresentação de alegações finais antes do julgamento pela Primeira Turma do STF.

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