Geneticistas recuperam RNA de tigre da Tasmânia extinto há 130 anos
As descobertas foram divulgadas em um estudo publicado no periódico científico Genome Research
Foto: John Gould
Pela primeira vez, geneticistas foram capazes de isolar e decodificar moléculas de RNA do tigre da Tasmânia, um marsupial carnívoro extinto no século passado. O material genético utilizado é proveniente de um animal da espécie com 130 anos, pertencente à coleção do Museu Sueco de História Natural em Estocolmo.
O feito histórico permitiu que os pesquisadores compreendessem melhor como os genes do animal funcionam. As descobertas foram divulgadas em um estudo publicado na terça-feira (19), no periódico científico Genome Research.
Segundo o biólogo computacional do Centro de Paleogenética e SciLifeLab na Suécia e principal autor do estudo, Emílio Mármol Sánchez, o RNA oferece a oportunidade de “passar pela célula, os tecidos e encontrar a verdadeira biologia que foi preservada no tempo para aquele animal, a espécie tilacino, pouco antes de morrerem”.
O tilacino, um predador marsupial do tamanho de um coiote, desapareceu há cerca de dois mil anos praticamente em todo o mundo, exceto no estado insular australiano da Tasmânia. Por lá, ele foi caçado até a extinção por colonos europeus. O último exemplar, chamado Benjamin, morreu em 1936, no Zoológico de Beaumaris, em Hobart, na Austrália.