Geração de empregos no Brasil pode ser prejudicada caso desoneração não seja prorrogada
Representações patronais pressionam Lula para votação do PL
Foto: Agência Brasil/Marcelo Camargo
Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio, mês em que a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o fim da emergência sanitária global de Covid-19, indicam a criação de quase 900 mil postos de trabalho com carteira assinada. Apesar do bom desempenho, há preocupações quanto à continuidade desse crescimento, uma vez que a geração de empregos no pós-pandemia pode voltar à estaca zero se o projeto que prorroga a desoneração da folha de pagamento até 2027 não for sancionado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
As centrais sindicais estão avaliando a possibilidade de perda de postos de trabalho caso a concessão aos 17 setores econômicos que mais empregam não seja mantida. Lula tem até 23 de novembro para decidir sobre a sanção ou veto do projeto. Se nada for feito, o projeto entra em vigor automaticamente, mas a equipe do governo já considera possíveis vetos.
Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, afirmou anteriormente que o governo não está comprometido com a sanção integral da desoneração. Diante desse cenário, trabalhadores e empresas pressionam pela aprovação do projeto de lei. Quase 30 representações patronais assinaram em conjunto um ofício para pedir audiência com Lula a fim de expor "com maior profundidade os elementos que fundamentam a necessária sanção da medida".
"Hoje, são 9 milhões de postos de trabalho nos 17 setores que mais empregam no país. Amanhã, esse número poderá ser reduzido para pouco mais de 8 milhões", analisa o manifesto conjunto das centrais sindicais direcionado a Lula. "Pedimos que mantenha esse compromisso com a classe trabalhadora sancionando o projeto", afirmam os signatários, que representam 40 milhões de trabalhadores.