Gilmar Mendes critica Lava-Jato: 'Curitiba gerou Bolsonaro e tem germe do fascismo'
Para ministro, acusações contra Lula eram combinadas entre acusação e Moro
Foto: Agência Brasil
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, criticou na segunda-feira (8), durante participação no programa Roda Viva, a Operação Lava-Jato e o ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro (União Brasil). Sem poupar palavras, o magistrado afirmou que a operação esteve diretamente ligada à eleição de Jair Bolsonaro em 2018.
“Curitiba gerou Bolsonaro. Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem. Investigações à sorrelfa e atípicas. Não precisa dizer mais nada. Não é por acaso que os procuradores dizem, por uma falta de cultura, que aplicaram o Código Processual Russo”, disparou Mendes.
O ministro disse ainda que as acusações contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) eram combinadas entre a acusação e Moro, o que ele considera muito grave. “Moro vaza a delação de [Antonio] Palocci entre o primeiro e o segundo turno de 2018. Participa, portanto, do processo. Assume posição a favor da extrema direita”, afirmou.
Na ocasião, Gilmar Mendes ainda respondeu sobre não ter permitido a posse de Lula como ministro da Casa Civil. Ele afirma que, naquele momento, tinha convicção de que havia desvio de finalidade na nomeação. “Se o ex-presidente, agora presidente, estava nomeado para a Casa Civil, por que não se deu posse? Por que se escondeu? Se tivesse problema, ou viesse uma ordem de prisão, mostrasse que já estava nomeado ministro. Por que foi escondido? Tudo isso ficou numa névoa e confusão”, explicou.