Gilmar Mendes ironiza suposta fraude de urnas eletrônicas que elegeram Bia Kicis
Ministro do STF diz que 'até gostaria' de que encontrassem falhas em urnas que elegeram alguns políticos

Foto: Carlos Moura/SCO/STF
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse que não há como ter fraudes nas urnas eletrônicas do Brasil, principalmente quando se vê que foram eleitas pessoas como os deputados Hélio Negão e Bia Kicis, na esteira da vitória do presidente Jair Bolsonaro em 2018.
De acordo com Gilmar, para rebater o discurso de que o sistema eleitoral brasileiro é suscetível a irregularidades, ele disse, em tom de brincadeira, a Bolsonaro, que, nos casos dos deputados e “de outras coisas” que foram eleitas, até gostaria que se encontrassem inconsistências no processo de votação.
“Todos os Bolsonaros, e eles são vários, foram eleitos pelas urnas eletrônicas. Bolsonaro também elegeu, exatamente porque liderou a campanha presidencial, 55 parlamentares, alguns de que nós nunca ouvimos falar. Até numa conversa com ele, brinquei, dizendo que tinha vontade de acreditar na fraude das urnas, porque, quando via nomes como Hélio Negão, Bia Kicis, ou coisas assim, pensava, poxa. Mas sei que eles foram eleitos, assim como tivemos, em outros momentos, como na vitória de Collor, a eleição de muita gente desconhecida”, declarou ele ao Correio Braziliense.
A declaração de Mendes veio em meio a questionamentos sobre como eram avaliados os ataques feitos por Bolsonaro às urnas eletrônicas em reunião com um grupo de embaixadores. Ele ressaltou que conversou com vários diplomatas depois desse encontro e a percepção foi a de que, em vez de atrair apoio para suas investidas contra o sistema eleitoral brasileiro, o presidente consolidou a visão de que as urnas eletrônicas são confiáveis e garantem a integridade da votação e da vontade popular.
“Pelos ecos que consegui colher desta reunião, mais se confirmou a solidez e a higidez do sistema eleitoral”, disse. O ministro acrescentou que a percepção dele, estando fora do país neste momento, é que tudo o que se tem falado sobre as urnas eletrônicas, a tentativa de apresentar o sistema como falho, tem fortalecido a visão de que o sistema é bom, sólido e funciona bem.
“E essa é a nossa segurança”, frisou. Ele lembrou que passou duas vezes pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por isso, está absolutamente seguro de que o modelo de votação no Brasil vem sendo aperfeiçoado ao longo dos anos. “Demos o passo da biometria, do teste de integridade, então, não temos nenhuma dúvida sobre a consolidação desse sistema”, finalizou.