Google financia anúncios em sites que publicam fake news sobre eleição no Brasil, diz levantamento
O relatório é da ProPublica, em parceria com a Folha e o NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Um relatório da ProPublica, em parceria com a Folha e o NetLab da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), revelou que o Google financia 80% dos sites que publicam fake news sobre supostas fraudes eleitorais, Covid e vacinas, quando estão entre os mais compartilhados no Brasil.
Como mostra o levantamento que inclui sites que já tiveram conteúdo classificado como falso por agências de checagem filiadas à Rede Internacional de Checagem de Fatos, 24 deles conseguem monetização através de anúncios do Google.
Conforme as regras da própria empresa, é proibida a monetização de conteúdo com "afirmações que são comprovadamente falsas e podem prejudicar a participação ou a confiança no processo eleitoral" ou "que promove afirmações nocivas à saúde ou alegações relativas a uma crise de saúde pública que contrariam o consenso científico".
A investigação global da ProPublica, que será disponibilizada também neste sábado (29), afirma que, apesar de a plataforma dizer que trabalha no combate à desinformação no mundo, o Google ajudou a sustentar esses sites em partes da Europa, América Latina e África,
"Enquanto o Google permitir que sites, canais e quaisquer outros tipos de fontes de desinformação tenham a opção de se monetizar através dos anúncios do Google, a empresa está não só contribuindo para a disseminação de fake news, como está ajudando a financiar a indústria da desinformação", destaca Marie Santini, coordenadora do NetLab.