Google lança Gemini 3 e fala em salto rumo à superinteligência artificial
A big tech diz que a IA é a mais avançada em termos de raciocínio, construída para capturar profundidade e nuances

Foto: Reprodução/Google
GUSTAVO SOARES
O Google lançou nesta terça-feira (18) o Gemini 3, nova versão de seu modelo de inteligência artificial generativa que, segundo a empresa, supera seus antecessores e principais rivais em testes padronizados.
A big tech diz que a IA é a mais avançada em termos de raciocínio, construída para capturar profundidade e nuances, como perceber pequenos detalhes de uma ideia ou resolver um problema complicado em partes.
Além de ser o motor por trás do site e aplicativo de mesmo nome, onde é possível interagir com a ferramenta, o Gemini também está presente em recursos dos principais produtos do Google, como o buscador e as ferramentas de produtividade como Docs e Gmail.
O Gemini 3 Pro, disponibilizado nesta terça, alcança 1.501 pontos no placar referente à geração de textos do LMArena, um dos principais parâmetros de desempenho de IAs. O primeiro colocado hoje é o Grok 4.1, ainda em testes, com 1.483 o Gemini 2.5 Pro tem 1.452, e o GPT 4.5, 1.442.
"Suas respostas são espertas, concisas e diretas, trocando clichês e bajulação por ideias genuínas dizendo o que você precisa escutar, não apenas o que você quer escutar", afirma a empresa.
O modelo também apresenta avanços em parâmetros de multimodalidade (capacidade de processar texto, vídeo e áudio ao mesmo tempo, por exemplo), em precisão factual e em matemática. Com o recurso Deep Think ativo, disponível para usuários pagantes, ainda é possível aumentar a potência.
A empresa disse em comunicado que o lançamento representa um grande passo em direção à AGI inteligência artificial geral, aquela que superaria os humanos em qualquer atividade.
O aceno ocorre em meio às dúvidas sobre se o mercado de IA seria ou não uma bolha financeira, impulsionada pela disparada das ações das empresas de tecnologia, investimentos bilionários em diversos setores, mas pouco retorno no mundo real.
Questionado sobre o assunto em videochamada com jornalistas, Koray Kavukcuoglu, CTO do Google DeepMind, disse que o valor das IAs está no aprendizado, tanto na programação de software quanto na educação.
Parte da empolgação é devido ao lançamento do que a empresa chama de "interfaces generativas" no Gemini. O usuário, por exemplo, pode pedir um plano de uma viagem à Europa e o robô passará a retornar não apenas texto, mas um itinerário visual e interativo, como uma página na web clicável.
"Estou bastante animado com a forma como as pessoas vão usar isto para explorar novos tópicos que lhes interessam. Acho que isso vai elevar a velocidade e a fidelidade da experiência de aprendizagem", disse.
A estreia do Gemini 3 também marca a primeira vez que o principal produto de IA chega simultaneamente ao produto mais rentável do Google, a Busca. A aba Modo IA no buscador terá agora uma opção para aprofundar as pesquisas e retornar resultados interativos e mais completos.
No âmbito da programação, a big tech lançou a plataforma de desenvolvimento Antigravity, voltada para programação agêntica, que transforma a IA em um "parceiro ativo" do profissional. Agora, os agentes podem planejar e executar tarefas complexas do início ao fim a serviço do usuário.
O lançamento reforça a tendência chamada "vibe coding", a programação de software com base em comandos de texto corrido. Em exemplo divulgado pela empresa, o usuário pede para a IA criar um site de monitoramento de voos o robô programa, testa e executa o software sozinho.
Segundo o Google, o aplicativo do Gemini já tem mais de 650 milhões de usuários mensais ativos, dos quais 13 milhões são programadores que usam a ferramenta para trabalhar. A OpenAI, dona do ChatGPT, disse em setembro que o aplicativo é usado por 700 milhões de usuários mensais.

