Coronavírus

Gordura visceral contribui para agravamento da Covid-19, aponta experimento

Gordura envolve órgãos vitais e é considerada fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão

Por Da Redação
Ás

Gordura visceral contribui para agravamento da Covid-19, aponta experimento

Foto: Divulgação/Fiocruz

Estudos realizados na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e na Universidade de São Paulo (USP) apontaram que a gordura visceral, que envolve os órgãos vitais e é considerada um fator de risco para doenças cardiovasculares, diabetes e hipertensão, contribui mais para o agravamento da Covid-19 do que a gordura existente abaixo da pele. O experimento foi divulgado na revista Nature Communications.

Para obter essa conclusão, o professor do Instituto de Biologia da Unicamp Marcelo Mori, que também é um dos líderes da pesquisa, infectou em laboratório dois tipos de células (adipócitos): um obtido a partir de células-tronco humanas isoladas do tecido adiposo subcutâneo e outro diferenciado a partir de células-tronco do tecido adiposo visceral.

Além disso, os pesquisadores notaram que, ao ser infectado, o adipócito visceral produz uma quantidade maior de citocinas pró-inflamatórias – moléculas que sinalizam para o sistema imune a existência de uma ameaça a ser combatida.

A pesquisa contou com a participação de diversos grupos de pesquisa da Unicamp, além de colaboradores da USP, do Laboratório Nacional de Biociências (LNBio-CNPEM), do Instituto Nacional de Câncer (Inca) e do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino (Idor). Entre os coordenadores estão os professores Luiz O. Leiria (USP), Mariana Osako (USP) e Daniel Martins-de-Souza (Unicamp). A investigação recebeu financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) por meio de 20 projetos. 

Para tentar avançar no tema, o grupo pretende fazer novos experimentos em culturas de adipócitos com as linhagens delta e ômicron do coronavírus. Outro objetivo é investigar possíveis impactos metabólicos da infecção pelo SARS-CoV-2 em médio e longo prazo.

“Queremos descobrir se a infecção muda o risco de o indivíduo desenvolver diabetes ou doenças cardiovasculares, por exemplo. Para isso uma possibilidade é estudar amostras de pacientes que tiveram Covid-19 e depois foram submetidos a cirurgia bariátrica e verificar se com a infecção ocorrem alterações morfológicas e funcionais no tecido adiposo visceral”, conta Mori no estudo. 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie:[email protected]

Faça seu comentário