Governo acredita em mais espaço para queda da Selic com crise bancária nos EUA
Fechamento de grandes bancos norte-americanos provocam enorme incerteza sobre a continuidade da alta de juros nos EUA
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O governo brasileiro espera que a crise bancaria dos Estados Unidos, provocada pelo fechamento de dois grandes bancos, deverá encurtar e suavizar o ciclo de aperto monetário no país, com impactos favoráveis para a taxa de câmbio e de juros no Brasil.
Para a equipe econômica do governo, o fechamento de bancos como SVB (Silicon Valley Bank) e do Signature Bank, provocam enorme incerteza sobre a continuidade da alta de juros norte-americana.
No Ministério da Fazenda, citava-se que o Goldman Sachs já previa estabilidade dos juros na próxima reunião do Fed (banco central americano), que termina no dia 22 de março. Integrantes da ala econômica do governo apontam que o cenário seria positivo para o Brasil por dois motivos.
O primeiro seria a pausa no aumento de taxas nos Estados Unidos, além de uma perspectiva de cortes mais cedo do que se pensava inicialmente, pode fortalecer o real na comparação com o dólar (pelo diferencial dos juros). Já o segundo é a chances de queda da Selic, ainda no primeiro semestre.
Para governo brasileiro, o risco de uma economia mundial mais desaquecida e com commodities mais baratas diminui pressões sobre a inflação. E isso constitui mais um fator favorável a redução da Selic, que subiu de 2% para 13,75% ao ano.