Política

Governo brasileiro condena ataque de colonos israelenses na Cisjordânia

Governo instou Israel a adotar medidas para proteger a população civil

Por Da Redação
Ás

Governo brasileiro condena ataque de colonos israelenses na Cisjordânia

Foto: Issam Rimawi/Anadolu

O governo brasileiro repudiou o ataque realizado por colonos israelenses contra a vila palestina de Jit, no norte da Cisjordânia, ocorrido na última quinta-feira (15). Em nota oficial, o Ministério das Relações Exteriores (MRE) instou o governo de Israel a adotar medidas para proteger a população civil, evitando novos atos de violência e assegurando a punição dos responsáveis.

"O Brasil deplora a repetição, com crescente frequência, de ataques de colonos israelenses contra palestinos na Cisjordânia, consequência direta da política de ampliação de assentamentos ilegais na região", declarou o Itamaraty nesta sexta-feira (16).

Segundo informações da agência Reuters, dezenas de colonos israelenses, alguns mascarados, atacaram a vila palestina próxima à cidade de Qalqilya, resultando na morte de uma pessoa e em ferimentos graves em outra, além de incendiar veículos.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou que leva os incidentes "muito a sério" e destacou que as Forças Armadas e de segurança têm a responsabilidade de combater o terrorismo, prometendo que os envolvidos serão "presos e processados".

A violência contra palestinos na Cisjordânia, território ocupado por Israel desde 1967, tem se intensificado desde o início da guerra na Faixa de Gaza. Israel tem expandido os assentamentos de colonos na região, que são considerados ilegais pelo direito internacional.

Em julho deste ano, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas declarou que Israel deve desocupar a Cisjordânia o mais rápido possível. Netanyahu, no entanto, respondeu que "a nação judaica não pode ser uma invasora de sua própria terra". Apesar disso, Israel continua autorizando a criação de novos assentamentos no território palestino ocupado.

A organização Peace Now, que monitora a expansão israelense na Cisjordânia, identificou ao menos cinco novos assentamentos ilegais. De acordo com a organização, essas expansões frequentemente ocorrem em terras de propriedade privada de palestinos ou em áreas com disputas de propriedade, que são reclassificadas como "terras estatais" para legalizar os assentamentos.

Michal Lynk, relator especial da ONU para direitos humanos, destacou que Israel estabeleceu, ao longo de 50 anos, cerca de 300 colônias exclusivamente judaicas, onde residem aproximadamente 700 mil colonos judeus israelenses, convivendo separadamente de 3 milhões de palestinos em Jerusalém Oriental e na Cisjordânia.

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