Governo de SP culpa Anvisa por caso de passageiro infectado com variante indiana
Órgão regulador afirmou que todos os requisitos migratórios foram cumpridos

Foto: Reprodução/G1
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, responsabilizou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) pelo caso do passageiro infectado com variante indiana que chegou no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, após ser diagnosticado com a cepa quando já estava no Rio de Janeiro.
Segundo o secretário, o homem já apresentava sintomas da Covid-19, como dor de cabeça, e não deveria ter sido autorizado a circular livremente pelo aeroporto. Porém, a Anvisa informou que o viajante estava assintomático e havia apresentado um teste RT-PCR negativo para coronavírus em sua chegada ao Brasil.
"Esse indivíduo não pode circular em áreas comuns, fazendo imigração, indo pegar mala com outros passageiros. Ele deve ser afastado, este teste [deve ser] realizado em local privado, para que, dessa forma, se vier positivo, todas as medidas de isolamento sejam realizadas", disse o secretário em entrevista à GloboNews.
Em nota, a Anvisa explicou que o passageiro e mais outros 12 viajantes foram abordados antes da imigração para apresentar o teste negativo de Covid-19, realizado em no máximo 72 horas antes do voo. Os dados das 13 pessoas foram enviados para o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) nacional e local.
"Tanto no preenchimento da Declaração de Saúde do Viajante (DSV) quanto no Termo de Controle Sanitário, o viajante assume compromisso de quarentena em solo nacional, por ele ser passageiro proveniente da Índia", disse a Anvisa, fazendo menção à portaria 653, publicada no último dia 14. "Todos os requisitos migratórios foram cumpridos, o que autorizava a entrada do passageiro em questão no país."
Ainda de acordo com a agência reguladora, o viajante infectado realizou um novo teste em um laboratório privado no Aeroporto de Guarulhos, mas ele não esperou pelo resultado, que deu positivo, e recebeu a confirmação apenas quando já estava no Rio de Janeiro.
"A Anvisa foi informada do resultado positivo pelo laboratório privado, seguindo o fluxo de informações existentes para casos positivos, e informou as autoridades competentes para que monitorassem o viajante, o que é previsto no plano de contingência. Não há exigência de testes para embarques nacionais e não é competência da Anvisa o monitoramento de pessoas em trânsito entre estados e municípios", finalizou.