Governo de SP tenta conter avanço de aliados de Bolsonaro na PM
Entre as preocupações estão as manifestações em redes sociais

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O governo do estado de São Paulo tem trabalhado para conter o que adjetiva de “contaminação” do bolsonarismo na Polícia Militar (PM) e manter a neutralidade e o caráter apartidário da instituição.
As principais preocupações são o comportamento de agentes em manifestações nas ruas e as postagens de integrantes da ativa em redes sociais e em aplicativos de celular como o WhatsApp.
São compartilhados desde ataques ao governador João Doria (PSDB) a teses defendidas pelo bolsonarismo, como o fim do isolamento social durante a pandemia. Na última semana, grupos de policiais foram invadidos por postagens que chamavam de “maconheiros”, “terroristas” e “arruaceiros” os manifestantes que desejam sair às ruas contra o governo de Jair Bolsonaro.
A presença de oficiais e praças da reserva e familiares de policiais em manifestações na Avenida Paulista de apoio ao chefe do Executivo e contra o governador, hoje opositor contundente de Bolsonaro, reforça a preocupação no Executivo estadual. “O desafio de manter a política longe dos quartéis é grande. Há limites à liberdade de expressão, mas temos mantido a situação sob controle. A PM trabalha para o cidadão, não é polícia de governo, mas de Estado”, disse o secretário executivo da PM, coronel Alvaro Batista Camilo.
Um dos motivos para a adesão dos policiais ao bolsonarismo é a identificação do presidente com a pauta corporativista das polícias. Segundo o coronel Carlos Alberto de Araújo Gomes, que presidiu até maio o Conselho Nacional dos Comandantes Gerais das PMs e dos Corpos de Bombeiros Militares, entre essas pautas estão o que os policiais chamam de maior proteção jurídica aos PMs.
Segundo Gomes, no entanto, o possível aumento de candidaturas de policiais – a maioria ligada ao bolsonarismo – não significa a existência de contaminação política das polícias.