Governo dos EUA interrompe prisões de imigrantes sem causa provável
Justiça americana ordenou que Departamento de Segurança Interna pare de deter indivíduos com base apenas em raça, idioma falado ou ocupação

Foto: Reprodução/Homeland Security
O governo dos Estados Unidos interrompeu as prisões de imigrantes sem causa provável, após decisão de um juiz federal nesta sexta-feira (11). A Justiça americana concluiu que o Departamento de Segurança Interna (DSI) vinha realizando abordagens e detenções durante operações de imigração em Los Angeles, na Califórnia, sem justificativa legal adequada, com base apenas em raça, idioma falado ou ocupação.
A decisão ocorre após a filial sul-californiana da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) mover um processo contra o governo do ex-presidente Donald Trump.
A ação foi apresentada em nome de cinco pessoas e grupos de defesa dos direitos dos imigrantes, alegando que o DSI, responsável por supervisionar o Departamento de Imigração e Alfândega, havia realizado prisões inconstitucionais.
A juíza distrital Maame Ewusi-Mensah Frimpong, indicada ao cargo pelo presidente Joe Biden, afirmou que a administração "falhou" em fornecer informações claras sobre os motivos das detenções. Ela determinou que o DSI mantenha e disponibilize os registros dessas prisões aos advogados dos demandantes.
Além disso, Frimpong ordenou que o DSI elabore diretrizes mais precisas para que seus agentes estabeleçam o que configura "suspeita razoável", excluindo critérios como raça, etnia aparente, idioma falado ou ocupação profissional, como base para futuras abordagens em ações de imigração.
Após a decisão judicial, o advogado sênior da ACLU, Mohammad Tajsar, emitiu um comunicado e demonstrou otimismo com a situação. Confira:
"Estamos esperançosos que a decisão seja um passo em direção à responsabilização pela flagrante ilegalidade do governo federal que todos nós temos testemunhado. Não importa a cor da pele, o idioma que falam ou onde trabalham, todos têm direitos constitucionais garantidos para protegê-los de abordagens ilegais", escreveu.