Governo espera sabatina de Galípolo no dia 10, mas nega querer antecipar mandato de Campos Neto
O relator da indicação na CAE será o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
Foto: Lula Marques/Agência Brasil
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (2) que o governo Lula (PT) espera realizar, na próxima semana, a sabatina do seu indicado para a presidência do Banco Central, Gabriel Galípolo.
O relator da indicação na CAE (Comissão de Assuntos Econômicos) será o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA).
O governo, no entanto, afirma que não pretende, com essa antecipação da sabatina, tentar encurtar o mandato do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, alvo de ataques de Lula.
Padilha concedeu entrevista a jornalistas após a reunião de articulação do governo com o presidente Lula, ministros da área política, o titular da Fazenda, Fernando Haddad, e lideranças no Congresso Nacional. Ele estava ao lado do líder no Congresso, Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Randolfe disse que o relatório de Jaques Wagner deverá ser lido na CAE do Senado nesta terça-feira (3). A votação na mesma comissão deverá ocorrer no dia 10, seguida da análise pelo plenário daquela Casa Legislativa. No entanto, não há certeza sobre a votação no plenário.
As datas foram confirmadas também por Padilha. O ministro afirmou que surgiu a janela de oportunidade de realizar a sabatina nesse momento, mas que o governo não almeja encurtar em alguns meses o mandato de Campos Neto, previsto para terminar em dezembro.
"Relembrando a todos que independente da data da sabatina e votação no plenário, Gabriel Galípolo aprovado no Senado só vai tomar posse no final do mandato do atual presidente do Banco Central", afirmou Padilha.
"Não estamos desesperados e nem correndo para isso. Só estamos sinalizando essa data porque foi sinalizada a nós, ao governo, a possibilidade de realizar a sabatina na próxima semana", completou.
Na quarta-feira (28), Galípolo foi indicado por Lula para assumir a presidência do Banco Central para o mandato entre 2025 e 2028. O anúncio foi feito pelo ministro da Fazenda no Palácio do Planalto.
O atual diretor de Política Monetária do BC vai suceder Roberto Campos Neto, à frente da instituição desde 2019 por indicação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e cujo mandato termina em 31 de dezembro.
Aos 42 anos, Galípolo foi um dos conselheiros de Lula na campanha presidencial de 2022 e atuou como número dois de Haddad. Desde que assumiu o posto no BC, manteve canal direto com o chefe do Executivo. Os dois conversam até sobre as contas públicas e a antecipação de riscos fiscais pelo mercado financeiro.