Governo investiga se brasileiros foram vítimas de tráfico humano no Camboja
Ao menos cem pessoas foram ao país asiático depois de promessas de emprego
Foto: Reprodução/ONU
O Ministério da Justiça investiga se brasileiros estão vivendo em cárcere privado no Camboja, no sudeste da Ásia. Em comunicado, divulgado nesta quinta-feira (13), a pasta disse que denúncias apontam que cerca de 100 homens e mulheres do Brasil podem ter sido vítimas de tráfico de pessoas.
De acordo com o ministério, essas vítimas aceitaram propostas para ir ao Camboja depois de receberem ofertas de emprego com o salário mensal de US$ 900 (cerca de R$ 4,6 mil na cotação atual). Segundo denúncias, ao chegarem ao destino, os brasileiros descobriram que as propostas eram falsas e foram proibidas de voltar ao Brasil.
Lá, teriam sido obrigados a trabalhar em atividades ilícitas, principalmente em golpes cibernéticos. As primeiras denúncias sobre o caso chegaram ao ministério em agosto de 2022. A pasta afirmou que “trata-se de esquema no qual empresa, supostamente do setor financeiro, oferece vagas de emprego temporário, com salários competitivos, comissões por ativos vendidos e passagens aéreas incluídas. Ao chegarem lá, os brasileiros têm seus passaportes retidos, são induzidos a assinarem cláusula de confidencialidade e são submetidos a longas jornadas de trabalho, privação parcial de liberdade e até abusos físicos”.
A pasta informou que trabalha com órgãos internacionais para investigar e prestar apoio às vítimas. Ainda segundo o ministério, os principais alvos dos criminosos são pessoas jovens, entre 20 e 35 anos. Os aliciadores oferecem as propostas de emprego em redes sociais, prometendo condições dignas de emprego, possibilidade de crescimento e um futuro promissor.
Dados
Dados do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) mostram que o tráfico de pessoas explora cerca de 2,5 milhões de indivíduos no mundo. Uma pesquisa, realizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), revela que o crime só é superado pelo tráfico de drogas e pelo de armas, sendo considerado a terceira atividade ilegal mais praticada em nível internacional. No Brasil, denúncias podem ser feitas pelo: Disque 100; Ligue 180 e App Proteja Brasil.