Política

Governo Lula escolhe por não dar residência humanitária a palestinos

O tema chegou a ser discutido internamente, no Ministério das Relações Exteriores

Por Da Redação
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Governo Lula escolhe por não dar residência humanitária a palestinos

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

O governo Lula decidiu que não dará autorização de residência ou visto temporário para fins de acolhida humanitária a palestinos da Faixa de Gaza. As informações são da colunista Monica Bergamos, da Folha de São Paulo.  

Ao chegar ao Brasil, em novembro, nacionais que viviam no território bombardeado por  Israel pediram ao presidente que se empenhasse para que a medida fosse adotada. Pelas regras atuais, apenas palestinos que têm origem brasileira podem entrar no país.

O tema chegou a ser discutido internamente, no Ministério das Relações Exteriores. O argumento era o de que medida humanitária semelhante foi adotada em relação a cidadãos do Afeganistão em 2021, depois que o Talibã tomou o poder. Haitianos também tiveram as fronteiras brasileiras abertas depois do terremoto de 2010. Sírios receberam o mesmo benefício.

A decisão do governo, no entanto, foi a de manter as fronteiras fechadas aos palestinos, permitindo apenas a entrada dos que têm origem brasileira e querem escapar da guerra.

Diversas questões pesaram para isso. Em primeiro lugar, o Brasil até hoje enfrenta problemas estruturais para acolher os afegãos. Alguns deles ficaram por dois anos no aeroporto de Guarulhos sem ter para onde ir.

No caso dos haitianos, o visto humanitário permitiu que muitos deles usassem o Brasil apenas como ponto de passagem rumo à Europa. Houve problemas nos postos de fronteira.

Na análise das autoridades brasileiras, a permissão para residência aos palestinos atrairia milhares, e até mesmo milhões, de pessoas. O Brasil teria  problemas inclusive para fazer a triagem de segurança exigida nesses momentos.

Palestinos brasileiros que desembarcaram no Brasil não perdem a esperança de que Lula determine o acolhimento humanitário dos cidadãos de Gaza.

Hasan Rabee, que voltou com a mulher, as duas filhas e a mãe para o Brasil, já enviou duas cartas ao presidente. Ele ainda tem oito familiares em Gaza que gostariam de viver no Brasil.

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