Governo Lula reage a novas críticas da embaixada dos EUA contra Moraes

O Itamaraty afirmou que 'não se curvará a pressões, venha de onde vierem'

Por Da Redação
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Governo Lula reage a novas críticas da embaixada dos EUA contra Moraes

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

O governo brasileiro classificou como "um novo ataque frontal à soberania brasileira" as novas declarações de autoridades dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Em nota divulgada no sábado (9), o Itamaraty afirmou que "não se curvará a pressões, venha de onde vierem" e chamou as falas do número dois do Departamento de Estado americano, Christopher Landau, de "falsas".

Na nota, o governo brasileiro afirmou que as postagens são vistas como "um novo ataque frontal à soberania brasileira e a uma democracia que derrotou uma tentativa de golpe de Estado", mas que "não se curvará a pressões, venha de onde vierem".

Landau e a Embaixada dos Estados Unidos no Brasil publicaram mensagens na rede social X (antigo Twitter) em que não citam nominalmente Moraes, mas dizem que "um juiz" teria "usurpado o poder" da Corte. As postagens, feitas um dia após o encarregado de Negócios da embaixada, Gabriel Escobar, ser convocado ao Itamaraty, defendem a separação de poderes e afirmam que a separação formal "não significa nada" se um deles puder intimidar os demais.

"O que está acontecendo agora no Brasil ressalta esse ponto: um único ministro do STF usurpou poder ditatorial ao ameaçar líderes dos outros poderes, ou suas famílias, com detenção, prisão ou outras penalidades. Essa pessoa destruiu a relação histórica de proximidade entre Brasil e os Estados Unidos, ao tentar, entre outras coisas, aplicar extraterritorialmente a lei brasileira para silenciar indivíduos e empresas em solo americano", diz a embaixada.

O texto também afirma que a situação "é sem precedentes e anômala", já que seria possível negociar com os poderes Executivo ou Legislativo, mas não com "um juiz". "O usurpador se reveste do Estado de Direito, enquanto os demais poderes afirmam estar impotentes para reagir. Se alguém conhecer um precedente na história humana em que um único juiz, não eleito, tenha assumido o controle do destino de sua nação, por favor, avise. Queremos restaurar nossa amizade histórica com a grande nação do Brasil!", completa a publicação.

As críticas ocorrem após o governo americano incluir Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, usada para punir estrangeiros acusados de graves violações de direitos humanos ou corrupção em larga escala.

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