Governo receberá R$ 6 bi com dividendos extraordinários da Petrobras
Valor chegará a R$ 10 bi somando-se os proventos ordinários
Foto: Ricardo Stuckert/PR
O governo de Luiz Inácio Lula da Silva receberá cerca de R$ 6 bilhões em dividendos extraordinários da Petrobras. Na última quinta-feira (25), a assembleia geral de acionistas da estatal aprovou o pagamento de R$ 21,95 bilhões, referentes a 50% do valor do exercício social de 2023.
Outros R$ 14,2 bilhões em dividendos ordinários também serão pagos, o que renderá mais R$ 4 bilhões à União.
Como maior acionista da Petrobras, com 28,67% dos papéis da empresa, o governo ficará com a maior fatia. A injeção dos recursos extraordinários no caixa do Tesouro não estava contabilizada no orçamento de 2024. Dessa forma, o montante recebido por meio dos dividendos da estatal trata-se de um alívio fiscal diante da projeção de deficit.
O montante a ser pago pela estatal equivale à metade dos R$ 43,9 bilhões extraordinários que poderiam ser pagos. A outra metade ficará retida em uma conta para distribuição futura. Trata-se de uma mudança no entendimento inicial do governo sobre a distribuição dos dividendos. A ideia antes era não pagar nada.
Em março, a decisão de não pagar esses dividendos extras gerou polêmicas para o governo federal, e fez com que as ações da Petrobras caíssem 10% na bolsa de valores brasileiras em apenas um dia.
Inicialmente, os conselheiros da estatal indicados pelo governo eram contrários à distribuição dos dividendos. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a vetar a liberação dos valores, seguindo posição dos ministros da Casa Civil, Rui Costa, e de Minas e Energia, Alexandre Silveira.
Depois de uma batalha sobre o tema, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, convenceu Lula que a medida é importante, já que o governo fica maior fatia dos dividendos.