Governo trouxe "desilusão para muita gente", diz Santos Cruz
Ex-ministro aponta incoerências no discurso de campanha de Bolsonaro
Foto: Reprodução/ Veja
Demitido do governo em junho, o ex-ministro da Secretaria de Governo general Carlos Alberto dos Santos Cruz não quer aproximação com o presidente Jair Bolsonaro.
O militar da reserva já tem novos planos e pensa em se filiar a um partido político e disputar eleição no futuro, mas ainda não abe por qual sila e para qual cargo. No entanto, há uma certeza, não fará isso ao lado do antigo chefe.
Para Santos Cruz, Bolsonaro deixou o PSL para criar a nova sigla Aliança pelo Brasil, não por divergência ideológica, mas devido as disputas para controlar dinheiro do fundo partidário e eleitoral. "Eu não entraria em um partido hoje do presidente Bolsonaro de jeito nenhum. Ele tem valores que não coincidem com os meus; ele tem atitudes que eu acho que não têm cabimento", disse, em entrevista à BBC News Brasil.
O ex-ministro deixou o governo após sofrer uma onda de ataques nas redes sociais que teria sido orquestrada por um dos filhos do presidente, o vereador Calos Bolsonaro (PSC-RJ).
Ao fazer um balanço do primeiro ano do mandato de Bolsonaro, Santos Cruz fez algumas criticas e apontou incoerências com o discurso de campanha, marcada pela bandeiro anticorrupção.
Na avaliação, ele afirma que o governo trouxe "desilusão para muita gente" nessa área, citando como exemplo pressões sobre o diretor da Polícia Federal, Maurício Valeixo, e o enfraquecimento do Coaf - órgão que foi rebatizado de Unidade de Inteligência Financeira e teve sua atuação limitada por quatro meses após o STF atender um recurso de outro filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (Sem partido-RJ), investigado por suposto desvio de verba do seu antigo gabinete de deputado estadual.