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Michel Telles

Grandes nomes da literatura nacional e internacional participam da programação do 13º Festival Artes Vertentes, realizado em Tiradentes!

Aos detalhes...

Por Michel Telles
Ás

Grandes nomes da literatura nacional e internacional participam da programação do 13º Festival Artes Vertentes, realizado em Tiradentes!

Foto: Rodrigo Fortes

Explorando o tema Alteridade, o 13º Festival Artes Vertentes, reconhecido como um dos principais eventos de artes integradas no país, reúne em sua programação uma série de nomes importantes da literatura, recebendo atrações nacionais e internacionais. Entre os dias 19 e 29 de setembro, a histórica cidade mineira de Tiradentes se transforma em um palco aberto para uma série de manifestações artísticas e intelectuais voltadas para refletir sobre a temática proposta para este ano. A programação reúne concertos, exposições, exibições, espetáculos de artes cênicas, bate-papos, lançamentos, residências artísticas, oficinas, shows, além de uma série de atividades voltadas para a promoção das artes e do conhecimento.

A proposta é oferecer uma programação que seja capaz de promover reflexões acerca da importância de se respeitar as individualidades e a construção coletiva na busca pela compreensão das diferenças. “Estamos convictos de que reconhecer a existência de pessoas e culturas singulares e subjetivas, que pensam, agem e entendem o mundo de suas próprias maneiras é um primeiro passo importante para a formação de uma sociedade justa, equilibrada, democrática e tolerante. Estamos empenhados em realizar esta reflexão de forma plural e diversificada”, destaca Luiz Gustavo Carvalho, curador e diretor artístico do Festival Artes Vertentes.

Entre as diferentes áreas artísticas que integram as atrações do festival, a Literatura recebe uma programação intensa, reunindo nomes do Brasil e do exterior, muitos deles inéditos no país. Rodas de conversa, leituras performáticas e lançamentos de livros são algumas das ações promovidas pelo Festival Artes Vertentes. Toda a programação dedicada à Literatura do festival é gratuita e será realizada em diferentes espaços da cidade histórica. 

A programação literária terá início com o tradicional Ciclo de Ideias, organizado pelo Festival Artes Vertentes para refletir sobre aspectos do mote curatorial de cada edição. No dia 21 de setembro, às 11 horas, no Jardim do IPHAN, a primeira conversa do ciclo discute formas de educação fora das paredes escolares com a participação de Vó Geralda, autora do livro A porta aberta do sertão: histórias de Vó Geralda, da educadora e liderança indígena Dona Liça Pataxoop e Isabela Nogueira.

No mesmo dia, a poeta franco-alemã de origem russa Marina Skalova, que está pela primeira vez no Brasil, lança seu livro Falta de ar, primeira antologia da escritora e artista multilíngue nascida em Moscou em 1988. De forma inédita, a Editora Ars et Vita apresenta ao público brasileiro os 43 poemas bilíngues, em francês e alemão, com tradução e posfácio da poeta Prisca Agustoni, em uma edição trilíngue. Com poemas divididos em quatro eixos temáticos, a poeta explora diálogos entre o corpo e a natureza, o erotismo, as palavras ditas e as não ditas. O corpo se torna objeto da escrita plurilíngue, que por sua vez também toma formas metalinguísticas. A palavra, o silêncio e o carnal, aqui, estão em constante encontro e desencontro, complementados pelo uso simultâneo do francês e do alemão e, agora, do português.

O evento de lançamento está marcado para as 16h, no Centro Cultural da UFSJ, e irá contar com a participação da autora, que fará algumas leituras de peças da obra, acompanhada pela violinista portuguesa Sofia Leandro e pelo percussionista Bruno Santos. Entre as peças que serão executadas pelos músicos para acompanhar a performance da autora, estão: Mientras, de Matías Padellaro; Estudio #5 e Folclore, de Javier Alvarez, a Lua Girou, de Milton Nascimento e peças de Harry Crowl, como Sonata 2020 (para um ano que não existiu), Concerto nº4, para violino e percussão, em forma de via-crucis sobre o nome de Marielle Franco, Statio XIII e Statio XIV.

No dia 22 de setembro, às 10h, no Sítio Serra Azul, que fica na zona rural de Tiradentes, um Café Literário com Vó Geralda celebra o lançamento do livro A porta aberta do sertão: histórias da Vó Geralda (Relicário, 2024), de Geralda Brito Oliveira, Isla Nakano e Renata Ribeiro. A proposta é que o público participe de um bate-papo com as autoras, enquanto se delicia com uma mesa recheada de quitandas mineiras e de um café coado na hora. A obra celebra a oralidade e a tradição de contar histórias.

Joaquim Arena, vencedor do Prêmio Oceanos 2023 desembarca na histórica cidade mineira no dia 22. Vencedor na categoria prosa pelo livro “Siríaco e Mister Charles” (Gryphus Editora, 2024), participa de um Café Literário na Taberna d’Omar às 16h. O premiado livro do autor caboverdiano acompanha a história da improvável amizade entre o jovem Charles Darwin e Siríaco, um velho negro, ex-escravizado, que sofre de vitiligo. Sobrevoando os territórios da História e da imaginação, este é um romance sobre cumplicidade, raça, racismo, império e memória.

No mesmo dia, às 20h, a soprano Manuela Freua e a violinista Sofia Leandro apresentam o concerto Fragmentos Kafkianos, no Jardim do Museu Padre Toledo, com execução da peça Kafka-fragmente op. 24, de György Kurtág (1926), baseada em trechos do diário do autor, cartas e texto póstumo. A narrativa assume a forma de uma confissão íntima sem verdadeiro fio narrativo, formando um fascinante caleidoscópio de paisagens emocionais, que mistura doses de humor, sensualidade, desejo e ternura.

No dia 24, às 17 horas, o Ciclo de Ideias A arte do expurgo ou da fraternidade - Leonilson e a contemporaneidade, com a participação de escritor Ricardo Domeneck e o artista visual Alcino Fernandes, aborda a obra do Leonilson, cuja exposição Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor integra a programação das artes visuais do Festival.

No dia 25 de setembro, literatura e cinema de encontram no Jardim do Museu Padre Toledo, às 19h, que unirá uma performance literária Leite negro e a exibição de videopoemas do poeta palestino Ghayath Almadhoun. Traduzido para inúmeras línguas, a obra de Ghayath traz como temáticas principais a guerra e a destruição, a morte e a luta, o exílio e a saudade de casa.

Nome incontornável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição, Ailton Krenak volta para Festival Artes Vertentes. Ele participará (presença virtual) numa mesa redonda com Joaquim Arena, no dia 26 de setembro, às 16h30, no Centro Cultural Yves Alves.

Ainda no dia 26 de setembro, às 18h, o poeta Ricardo Domeneck apresenta o livro Cabeça de galinha no chão de cimento, nas galerias do Centro Cultural Yves Alves. Na ocasião, o convidado realizará a leitura de poemas do livro e de textos criados durante o processo criativo em diálogo com a exposição Leonilson: Na cor dos lábios do meu amor. Em Cabeça de galinha no chão de cimento (Ed. 34), o poeta retorna às origens, aos ancestrais, às memórias da infância e adolescência no interior, numa tentativa de compreensão de seu lugar e de seu estar no mundo.

No dia 27 de setembro, às 11 horas, a poeta russa Egana Djabbarova e poeta palestino Ghayath Almadhoun participam na mesa redonda sobre exilio político. Egana Djabbarova, filha do pai azerbaijano e mãe georgiana, nasceu na Rússia, mas teve que deixá-la por não concordar com o regime bélico da Rússia de Vladimir Putin, por ser feminista e homossexual e agora está aguardando asilo político num campo de refugiados na Alemanha. Poeta palestino, Ghayath Almadhoun nasceu na Síria. Com medição de Svetlana Ruseishvili, pesquisadora transdiaspórica (Geórgia - Ucrânia - Rússia) e professora de sociologia na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), os poetas irão abordar temas essenciais da sociedade contemporânea.

No mesmo dia, haverá mais um lançamento do livro: Todas as crianças do mundo, romance de estreia da aclamada poeta israelense Tal Nitzán, que narra a história delicada de quatro protagonistas humanos e uma gata, em meio à violência arbitrária da vida urbana. Tal Nitzán reúne, com uma prosa lúcida e afiada, três vidas cuja quietude apenas esconde a tempestade de emoções interiores. As múltiplas narrativas que atravessam o livro trazem à flor das páginas uma cidade e suas almas perdidas. Cada frase cuidadosamente tecida, permeada pelo universo poético visceral de Tal Nitzán, acrescenta profundidade à questão central do primeiro romance da autora israelense: como podemos superar nossas solidões fundamentais? Contemplativo, mas vibrante como uma pintura de Cézanne, Todas as crianças do mundo encapsula nossa condição moderna: a selvageria da vida urbana, a guerra, distante e próxima, e a nobreza do coração humano.

O penúltimo dia de Festival Artes Vertentes, 28 de setembro, guarda uma intensa programação no campo literário. Às 11h, um Café Literário receberá o pianista Hercules Gomes e o jornalista, escritor e tradutor Irineu Franco Perpétuo na Taberna d'Omar. Criativo representante da tradição do pianista-compositor, com amplo trânsito no repertório erudito e popular, Hercules Gomes falará da diluição das fronteiras dos gêneros na música em conversa com Irineu Franco Perpetuo, autor do livro História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editora).

Já às 16h, um Café Literário reunirá a escritora russa Egana Djabbarova, escritora franco-alemã de origem russa Marina Skalova, a poeta suíça radicada no Brasil Prisca Agustoni e a tradutora russa Maria Vragova, também na Taberna do Omar. Na conversa serão abordadas questões de autotradução e tradução, já que a Marina Skalova e Prisca Agustoni se autotraduzem de várias línguas e Maria Vragova traduz de russo para português e vice-versa.

Fechando a programação do dia, as poetas Prisca Agustoni e Egana Djabbarova participam da performance literária O que vocês têm a dizer?, no Jardim do Centro Cultural Yves Alves, às 18h. Na ocasião, Egana Djabbarova lança pela primeira vez no Brasil o seu livro de poesia Rus bala (Ars et Vita, 2024). Rus bala significa em azeri “Criança russa”, que seria a própria Egana Djabbarova, menina, nascida na Rússia, filha do pai azeri e mãe georgiana, só que a Egana, com seus traços fortes caucasianos, nunca foi considerada como russa no seu país natal. A sua poesia fala de não aceitação de outro, de racismo e xenofobia, da guerra e da paz. Prisca Agustoni também irá participar de leituras a partir do seu livro "O mundo mutilado", no qual afirma: "a língua não / tem arame farpado nem / renúncia possível". Finalista do Prêmio Jabuti, o livro é uma resposta da poeta à consternação diante da crise migratória do século XXI. Prisca Agustoni venceu a última edição do Prêmio Oceanos, um dos prêmios literários mais importantes dos países lusófonos, na categoria poesia, pelo livro “O gosto amargo dos metais”.

O último Ciclo de Ideias Diálogo árabe-israelense debaterá o conflito entre Israel e Palestina e conta do poeta palestino Ghayath Almadhoun, com mediação dos curadores de cinema Aaron Cutler e Mariana Shellard. O debate acontece às 16 horas, logo depois da sessão cinematográfica com os filmes Casamentos proibidos na Terra Santa, de Michel Khleifi e Diálogo árabe israelense, de Lionel Rogosin.

Concluindo a programação literária do evento, o escritor e neurocientista Sidarta Ribeiro participa do Café Literário, às 17h30, na Taberna d'Omar, numa conversa a partir do livro Sonho Manifesto (Companhia das Letras, 2022). Nome indispensável quando se pensa na questão da Alteridade, tema proposto para esta edição, Sidarta Ribeiro estará pela primeira vez na programação do Festival Artes Vertentes. Sidarta Ribeiro é professor titular de Neurociências da UFRN, autor de artigos científicos e livros, entre eles, As flores do bem (Fósforo) e Sonho Manifesto (Cia das Letras).

Sobre os convidados

Ailton Krenak

Ailton Alves Lacerda Krenak, conhecido como Ailton Krenak, nasceu em 1953 no belo Vale do Rio Doce, em Minas Gerais. Ele é uma das figuras mais proeminentes entre as lideranças indígenas do Brasil. Membro da etnia Krenak, Ailton é um líder indígena, escritor, ativista socioambiental, filósofo e poeta. Com uma trajetória impressionante, Krenak é um fervoroso defensor dos direitos dos povos indígenas e da preservação da Amazônia. Suas obras, como "Ideias para Adiar o Fim do Mundo" e "A Vida Não é Útil", são verdadeiros marcos na literatura e na reflexão sobre a relação entre humanidade e natureza, além de oferecer uma crítica poderosa à visão capitalista. Ele é o primeiro indígena a integrar a Academia Brasileira de Letras e recebeu títulos honorários de professor doutor pela UFJF e UnB. Ailton Krenak é amplamente reconhecido por sua profunda contribuição à literatura, cultura e aos direitos indígenas, sendo uma voz vital para a preservação e valorização das tradições e saberes ancestrais

Dona Liça Pataxoop

Liça Pataxoop mora na aldeia indígena Muã Mimatxi, localizada no distrito de Lamounier, município de Itapecerica-MG, pertencente ao povo Pataxoop. Casada, tem 6 filhos e 8 netos. É liderança das mulheres e professora de Uso do Território. Seu estudo e aprendizado foi com a terra, onde aprendeu os valores de vida. Não tem formação escolar, mas o seu ensino é pela oralidade e escrita a partir de imagens. Ilustradora, seus desenhos-narrativa são chamados de tehêy. Um dos grandes símbolos de resistência dos Pataxoop são os tehêys, instrumento de pesca que ganhou novos significados ao se transformar em desenhos que narram ensinamentos e a memória deste povo.

Egana Djabbarova

Egana Djhabbarova é poeta, escritora e doutora em ciências filológicas. Autora do romance As mãos das mulheres da minha família não serviam para escrever (No Kidding Press, 2023), e das antologias poéticas Bosphorus (2015), A pose de Romberg (2017) e O botão de alarme vermelho (2020). Seus textos integram ainda as coletâneas Decolonização: Presente e Futuro (2021) e Sete textos sobre feminismo: desarmando o gênero (2022). É professora de escrita criativa na Creative Writing School, na Escola de Práticas Literárias e na Write like a girl. Vencedora do prêmio Estreia Poética da revista Nova Juventude (2016), foi também em duas ocasiões finalista do Prêmio Arkadi Dragomoschenko (2017 e 2019). Seus poemas fazem parte ainda das antologias internacionais Debaixo de uma capa (Cazaquistão), F-Letter (Inglaterra) e DEARS (Suíça).

Ghayath Almadhoun

Ghayath Almadhoun é um poeta palestino nascido em Damasco em 1979. Seus poemas, publicados em árabe em cinco antologias, encontram-se traduzidos em trinta idiomas e foram publicados na Alemanha, Holanda, Suíça e EUA. Na Suécia, recebeu o prêmio Klas de Vylders stipendiefond para escritores imigrantes pela coletânea Asylansökan (Ersatz, 2010). Juntamente com a poeta sueca Marie Silkeborg escreveu Till Damaskus (Albert Bonniers Förlag, 2014), transformado em peça radiofônica para a Rádio Nacional Sueca. Em 2019, foi premiado com a bolsa de estudos do Programa Artistas em Berlim do DAAD. É autor de vários video-poemas, entre os quais destaca-se Évian, vencedor do Prêmio Zebra de melhor video-poema de 2020. Em 2022/2023, organizou e editou a antologia de poesia alemã Kontinentaldrift - Das Arabische Europa, publicada pela editora Das Wunderhorn em colaboração com a Casa da Poesia (Berlim). Atualmente vive e trabalha entre Berlim e Estocolmo.

Irineu Franco Perpétuo

Irineu Franco Perpetuo é jornalista e tradutor. Coautor, com Alexandre Pavan, de Populares & Eruditos (Editora Invenção, 2001), e autor de Cyro Pereira – Maestro (DBA Editora, 2005) História Concisa da Música Clássica Brasileira (Alameda Editorial, 2018), Como Ler os Russos (Todavia, 2021, segundo colocado no Prêmio Biblioteca Nacional, categoria Ensaio Literário – Prêmio Mário de Andrade) e dos audiolivros História da Música Clássica (Livro Falante, 2008), Alma Brasileira: A Trajetória de Villa-Lobos (Livro Falante, 2011) e Chopin: O Poeta do Piano (Livro Falante, 2012). Traduziu, diretamente do russo, Pequenas Tragédias (Editora Globo, 2006), Boris Godunov (Editora Globo, 2007), A Dama de Espadas e A Filha do Capitão (Ciranda Cultural, 2019), de Púchkin, Memórias de Um Caçador (Editora 34, 2013), de Ivan Turguêniev, Anna Kariênina (Editora 34, 2021), Sonata Kreutzer (no volume Tolstói e Tolstáia, Editora Carambaia, 2022) e A Morte de Ivan Ilitch (Coleção Folha Grandes Nomes da Literatura, 2016), de Tolstói, Memórias do Subsolo (Todavia, 2022), Gente Pobre (Ciranda Cultural, 2021) e O Eterno Marido (Ciranda Cultural, 2020), de Dostoiévski e Vida e Destino (Editora Alfaguara, segundo lugar no Prêmio Jabuti 2015) e A Estrada (Editora Alfaguara), de Vassíli Grossman, O Mestre e Margarida (Editora 34, 2017) e Os Dias dos Turbin (Editora Carambaia, 2018), de Bulgákov, Lasca de Zazúbrin (Editora Carambaia, 2017), Meninas, de Liudmila Ulítskaia (Editora 34, 2021), Xis e outras histórias (Editora Carambaia, 2022), de Ievguêni Zamiátinm Encontros com homens notáveis, de Gurdjieff (Goya, 2023)  e, com Moissei Mountian, Salmo, de Friedrich Gorenstein (Editora Kalinka, 2017) e A Infância de Ivan, de Aleksei Tolstói (Editora Kalinka, 2020). Participou do grupo de cinco tradutores que traduziram O Arquipélago Gulag, de Soljenítsyn (Editora Carambaia, 2019).

Joaquim Arena

Nascido em 1964, na ilha de São Vicente (Cabo Verde) filho de pai português e mãe cabo-verdiana, Joaquim Arena é um escritor luso-cabo-verdiano, Aos seis anos emigra para Portugal com a família. Licenciado em Direito, fundou em 1988 o semanário O Cidadão. Entre 2017 e 2021, foi Conselheiro cultural do Presidente de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca. A verdade de Chindo Luz (Oficina do Livro, 2006) foi o seu primeiro romance. Em seguida publicou Debaixo da nossa pele (INCM, 2017) e O sabor da água da chuva e outras memórias da amiga perfeita (INCM, 2022), pelo qual recebeu o Prêmio Literário Arnaldo França. Seu último romance, Siríaco e Mister Charles (Quetzal Editores) foi vencedor do Prêmio Oceanos de Literatura em 2023.

Maria Vragova

Maria Vragova é tradutora, produtora cultural e curadora. Formada em Língua e Literatura Portuguesa pela Universidade Estatal  de São  Petersburgo em  2004, Maria Vragova vem desenvolvendo vários projetos de tradução desde então. Entre os principais  trabalhos de  tradução escrita podem ser destacadas a primeira  tradução  para o russo do romance “A terra somnâmbula”, de Mia Couto (2024), a primeira tradução para  o  português  do  romance “Tchevengur”, de Andrei Platônov (2022), a tradução de “Memórias de subsolo”, de F.M. Dostoiévski (2021), tradução do livro “O  poster soviético” de V.Ivanov, uma encomenda da Universidade Federal de Minas Gerais (2011);  primeira  tradução para português do livro infantil “Tarakã, o bigodudo”, de Kornei Tchukovski  (2016);  tradução  de  várias  novelas  e  contos  para  o  livro  “A  revolução  das  mulheres”,  v.  2:  Memórias,  poesias,  cartas,  romances  (2016-2017).

Marina Skalova

Natural de Moscou, Marina Skalova é uma artista multilíngue. Escreve poesia, teatro e OVNIs que exploram os buracos negros entre os gêneros literários. Sem fôlego (Atemnot / Souffle court) foi sua primeira antologia publicada, em 2016, e recebeu o Prix de la Vocation en Poésie. A artista também escreveu o ensaio poético Exploration du flux (Seuil, Fiction & Cie, 2018) e o livro híbrido Silences d'exils (éditions d'en bas, 2020). O último, em colaboração com a fotógrafa Nadège Abadie, foi baseado em oficinas de escrita com pessoas exiladas. No teatro, Marina Skalova escreveu a peça “A queda dos cometas e dos astronautas” (L'Arche éditeur, 2019), durante sua residência no Teatro POCHE/GVE; encenada na Alemanha e na Suíça, também teve leituras na Ucrânia, Áustria, França e Itália. Em 2022-2023, com a escritora ucraniana Neda Nejdana, foi vencedora da residência “Escrever a Europa” da Universidade de Estrasburgo.

Prisca Agustoni

Prisca Agustoni nasceu na Suíça italiana e, desde 2002, mora no Brasil, em Juiz de Fora (MG). É poeta, tradutora e professora de literaturas italiana e comparada na UFJF. Integra o conselho editorial das Edições Macondo e, na Suíça, a curadoria do festival literário internacional Chiasso Letteraria. Colabora com jornais e revistas literárias na Itália e no Brasil. Escreve e se autotraduz em italiano, francês e português e faz desse lugar intersticial entre as línguas seu motor de criação e de pesquisa acadêmica. Sua estreia na poesia ocorreu em 2001 com Inventário de vozes / inventario di voci (ed. bilíngue, Mazza Edições), ao qual se seguiram vários títulos, nas três línguas, entre os quais A recusa (Lisboa, Pasárgada, 2009), le déni (Genebra, Samizdat, 2012), Un ciel provisoire (Genebra, Samizda,t 2015), casa dos ossos (Macondo, 2017, semifinalista Prêmio Oceanos), Animal extremo (Patuá, 2017), L’ora zero (Falloppio, Lietocolle, 2020), O mundo mutilado (Quelônio, 2020, Finalista Prêmio Jabuti), Lingua sommersa (Milão, Isola, 2021) e O gosto amargo dos metais (7letras, 2022, Prêmio Belo Horizonte de poesia).

Ricardo Domeneck

Ricardo Domeneck é um escritor brasileiro, nascido em Bebedouro, São Paulo, em 1977. Publicou 10 coletâneas de poemas e 2 de contos. Sua publicação mais recente é ‘Cabeça de galinha no chão de cimento’ (Editora 34, 2023). Comemorou 20 anos de escrita com o volume de textos selecionados dentre todos os seus livros, ‘Mesmo o silêncio gera mal-entendidos: antologia 2000-2020’. Edita a revista de prosa e poesia ‘Peixe-Boi’. Vive e trabalha em Berlim.

Sidarta Ribeiro

Reconhecido como um dos maiores especialistas do país em substâncias psicoativas, é autor de mais de 100 artigos científicos e de 6 livros, entre eles “O Oráculo da Noite” e “Sonho Manifesto” (Cia das Letras), sendo o mais recente o “As Flores do Bem” (Fósforo). Atualmente é colunista de Sumaúma - Jornalismo do Centro do Mundo. Neurocientista e biólogo, é doutor pela Universidade Rockefeller e pós-doutor pela Universidade Duke, Estados Unidos. É professor e pesquisador da UFRN, onde dirige o laboratório Sono, Sonhos e Memória do Instituto do Cérebro. Foi premiado por entidades como Dasa, Ministérios da Saúde e da Integração Nacional, Google e IMBES. É membro de renomados institutos e redes científicas como ACAL, SBPC, LA School, Chacruna, PBPD, CpE e Pew Foundation. Também publicou Maconha, cérebro e saúde e Song, Sleep and the Slow Evolution of Thoughts. É colunista da Carta Capital e escreveu para a revista Mente e Cérebro.

Vó Geralda

Geralda de Brito Oliveira, a Vó Geralda, nascida em 27 de maio de 1941, é sertaneja do cerrado mineiro. Moradora da antiga sede da Fazenda Menino, local de histórias e mistérios, foi administradora da fazenda, professora e parteira. Aos 83 anos, ela é a memória viva da região. A jornada de sua existência é composta por ancestralidades, infância no sertão profundo, casamento, saberes e curas locais, maternidade, religiões, perseguição política, luta pela terra, dores, alegrias e muita contação de histórias.

Sobre o Festival Artes Vertentes

Criado em 2012 por Luiz Gustavo Carvalho e Maria Vragova, o Festival Artes Vertentes é projeto realizado pela Ars et Vita e pela Associação dos Amigos do Festival Artes Vertentes. O evento vem apresentando, ininterruptamente, uma programação artística que estimula diálogos entre as mais diversas linguagens artísticas e propõe, por meio da arte, reflexões sobre temas de relevância para a sociedade contemporânea. Vencedor do prêmio CONCERTO 2021 e nomeado para o prêmio internacional Classic: NEXT Innovation Award 2022, durante as últimas doze edições, o Festival Artes Vertentes já recebeu mais de 470 artistas, originários de 40 países.

Mais informações no site www.artesvertentes.com.

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