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Bahia

Greve dos Rodoviários depende de decisões da Prefeitura: "4% é o que podemos dar", diz Bruno Reis

Rodoviários se reúnem com empresários nesta sexta (19), em meio a uma série de impasses e greve iminente

Por Da Redação
Ás

Greve dos Rodoviários depende de decisões da Prefeitura: "4% é o que podemos dar", diz Bruno Reis

Foto: Valter Pontes/Secom PMS | Jefferson Peixoto/Secom PMS

Os rodoviários de Salvador vão se reunir nesta sexta-feira (19) com representantes das empresas de ônibus de Salvador para mais uma rodada de negociações sobre o reajuste salarial e outras condições de trabalho demandadas pelos funcionários.

A última reunião entre as partes, realizada na terça (16), terminou mais uma vez sem acordo, mas as concessionárias se comprometeram a avaliar os termos exigidos pelos trabalhadores.

O Sindicato dos Rodoviários decretou estado de greve em 11 de maio, após duas assembleias realizadas no dia. A medida funciona como um aviso de paralisação iminente, mas os funcionários seguem em trabalho normal até o momento.

O diretor do Sindirodoviários, vereador Tiago Ferreira (PT), afirmou ao Farol da Bahia que, caso a reunião de sexta não avance nas negociações, uma greve pode ser decretada já na próxima semana. 

"A gente vai ouvir o que eles têm para dizer. Se demonstrarem que querem dialogar, mesmo que não se resolva já na sexta, aí podemos segurar uma possível greve. Caso a gente perceba que não há nenhuma disposição em acatar os termos e fazer uma contraproposta justa, existe a possibilidade de greve já na próxima semana", disse ele. 

Demanda

Os rodoviários reivindicam o fim da compensação de horas extras, aumento salarial de 10% (cálculo de 5% de ganho real + inflação) e do ticket de alimentação.

De acordo com Ferreira, os empresários ainda não apresentaram qualquer proposta de reajuste salarial, porque não concordam com as outras demandas.

"Eles se recusam a ofertar um aumento antes que a gente abra mão do fim da compensação de horas extras. Por isso, atualmente, não há nenhuma proposta na mesa. E o sindicato, por outro lado, não vai aceitar um acordo que deixe essa exigência de fora", explicou. 

Reuniões

As reuniões são intermediadas pela Superintendência Regional do Trabalho na Bahia. A chefe do órgão, Fátima Reis, esteve presente no último encontro e deve seguir nos próximos.

“Estamos iniciando um diálogo, instalamos uma mesa de negociação para que as partes possam buscar uma resolução, com mediação da Superintendência. Trataremos os pontos com muita calma, buscando a harmonia necessária para não haver prejuízo de nenhuma das partes, nem da prestação de serviço para a população”, explicou.

O prefeito Bruno Reis (União Brasil) afirmou à imprensa, nesta quarta (17), que também estará presente na reunião de sexta.

Ele defendeu um reajuste de 4% - contrariando a demanda dos rodoviários - baseado no aumento salarial que foi concedido em maio aos servidores públicos estaduais pelo Governo da Bahia.

"É o que representa a inflação do período e acaba sendo uma referência para todas as categorias. Espero que esse parâmetro sirva para nortear muitos segmentos e muitas categorias que planejam reajuste. Essa é a realidade de um país que ainda está saindo de uma crise pós-pandemia, de um país que teve mudanças políticas, com uma série de dúvidas e incertezas em relação ao futuro. Não sabíamos como ia se comportar a economia. Então, isso exige nesse momento que seja levado em consideração o momento em que estamos enfrentando", disse ele.

Greve

Por acordo na Justiça, as greves de ônibus em Salvador não podem acarretar na paralisação completa da frota da capital, que é atualmente de 1.800 coletivos. É preciso que ao menos 30% dos veículos sigam circulando pelo município.

Para reforçar o atendimento à população, a Secretaria Municipal de Mobilidade (Semob) costuma acionar os ônibus do Sistema de Transporte Especial Complementar (STEC), chamados “amarelinhos”.

No dia 8 de maio, durante uma paralisação, apenas 300 ônibus saíram das garagens no horário programado. A maior parte atrasou por duas horas, durante a realização da assembleia da categoria.

CSN

Outro item que está na pauta das negociações é a dívida trabalhista da Concessionária Salvador Norte (CSN), empresa de ônibus que deixou centenas de rodoviários desempregados.

O tema já se alonga durante estes dois anos, mas teve avanços recentes. Isso porque a Justiça do Trabalho informou nesta quarta-feira (17) que vai liberar quase R$ 2,4 milhões para pagamento dos trabalhadores.

De acordo com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT), o recurso foi recebido a partir do pedido da cooperação judicial na 5ª Vara da Fazenda Pública de Salvador.

O valor foi depositado pela Companhia de Desenvolvimento Urbano da Bahia (Conder), em uma ação de desapropriação de terrenos da CSN, no bairro de São Cristóvão.

A transferência de valores para o Sindicato dos Rodoviários deve ser feita em um prazo de 15 dias, a partir da próxima assembleia da categoria para tratar sobre o assunto. A entidade vai ficar responsável por fazer os repasses aos trabalhadores.

Apesar disso, a novela da CSN está longe de acabar. Com estes R$ 2,4 milhões, serão R$ 26 milhões pagos da dívida trabalhista, mas o valor total é de R$ 76 milhões. 

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