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Saúde

Gripe pós São João: médico aponta fatores que contribuem para a condição viral que acomete pessoas após o período festivo

Segundo Dr. Diogo Mendonça, o consumo de bebidas alcoólicas excessivas reduzem a imunidade

Por Emilly Lima
Ás

Gripe pós São João: médico aponta fatores que contribuem para a condição viral que acomete pessoas após o período festivo

Foto: Reprodução

É muito comum observar um número elevado de pessoas que ficam gripadas ou resfriadas após as festas juninas e, assim como ocorre no período do Carnaval, no qual surgem as chamadas viroses, a imunidade é um fator determinante para que condições como essas surjam após as festividades. É importante destacar que não existem doenças só surgem depois de um longo período de curtição, o que ocorre é que, normalmente, os cuidados higiênicos e hábitos de rotina, como beber água, comer bem e se exercitar, passam a ficar em segundo plano.

De acordo com o médico clínico de Lapão, no interior da Bahia, Dr. Diogo Mendonça, as condições climáticas também favorecem essas condições virais. “Não existe uma doença pós São João, o que existe são doenças neste período de baixa temporada que são influenciáveis. O inverno conta com muita mudança no clima. Tem muito frio e muita poeira, e acompanha o São João que tem muitos fogos de artifícios e muitas fogueiras. Esses fatores afetam principalmente quem já tem problemas respiratórios, como asma, rinites e sinusites, bronquites e doenças alérgicas em geral”, disse ao Farol da Bahia.

Dr Diogo explica que quem aproveita o período das festas para passar no interior pode desenvolver essas condições por causa de fatores como poeira, fumaça e bebidas alcoólicas. “No sertão, de dia é muito quente e de noite é muito frio. Então, essa mudança do clima para quem já tem problemas respiratórios e alérgicos acabam afetando rapidamente. E reforço que no São João tem muitos fogos, fogueira, fumaça, poeira, o que contribui e implica nos processos respiratórios. Além disso, também tem o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, que diminui a imunidade.

No caso de quem não conseguiu evitar o contato com os fogos, poeira e fumaça das fogueiras e foi acometido pela gripe, resfriado ou alguma condição respiratória, o médico explica os primeiros sintomas e cita algumas recomendações. “Nos sintomas mais simples, que é de gripe, coriza e tosse alérgica, o indivíduo pode fazer os primeiros cuidados em casa, tomando chás, medicamentos para febre ou dor, se houver, hidratando muito o corpo com água e descansando também porque a nossa proteção natural vai tentar se recuperar para combater esses agentes agressores, que são os processos virais”, explica. 

“Mas, caso não melhore, ou sinta algum outro sintoma, ai sim tem que buscar uma ajuda médica para o profissional identificar qual é o tipo de processo viral para iniciar um tratamento mais adequado”, acrescenta. 

No caso da Síndrome Respiratória Aguda (SRAG), os sintomas são mais intensos, com febre, evoluindo para sinais de desconforto respiratório e diminuição da saturação de oxigênio, com algum grau de comprometimento pulmonar. Na Bahia, entre o início de janeiro e 1º de julho, foram registrados 5.825 casos da SRAG. O número, apesar de alto, é 58,71% menor que o observado no mesmo período do ano passado, quando foram 14.109 casos. Desses, 520  eram por Covid-19, 446 casos para Influenza, 1.638 para outros vírus respiratórios, 45 para outro agente etiológico.

Em outros 2.820 casos não foi identificado o agente etiológico e 356 estão em processo de investigação, de acordo com a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). 

Outra recomendação feita pelo médico clínico é reforçar o sistema imunológico com a vacina contra Influenza, que está disponível em todos os postos do Sistema Único de Saúde (SUS). “O SUS nos dá muitos benefícios, mas pouca gente não reconhece e acaba não valorizando. E é muito importante, principalmente idosos e outros grupos ficam mais suscetíveis à gripe, buscarem esse tipo de reforço”, disse ao destacar que, caso o paciente esteja gripado ou resfriado, precisa aguardar o período de melhora para receber o imunizante.

“Quando você está gripado não é indicado se vacinar porque o vírus ainda está vivo no organismo. Depois que os sintomas forem embora e você não tiver mais comorbidades, aí sim poderá receber a vacina sem problema algum”, completou. 

No estado, conforme dados do Infoma Saúde, do governo federal, 47,43% é o percentual de pessoal vacinadas contra a Influenza. Entre os povos indígenas, o número cai para 10,3%.

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