Grupo de cientistas pede mais investigações sobre as origens do coronavírus
Pesquisadores assinam carta publicada na revista Science

Foto: Reprodução/G1
Em carta publicada na revista Science, 18 cientistas afirmam que ainda não há evidências suficientes para cravar se a pandemia de covid-19 teve como origem causas naturais ou um vazamento acidental de laboratório. O documento foi divulgado na última quinta-feira (13).
Eles pedem, assim como o governo dos Estados Unidos e outros países, uma nova investigação para explorar a origem do vírus.
Os pesquisadores que assinam a carta, Jesse Bloom, que estuda a evolução dos vírus no Fred Hutchinson Cancer Research Center em Seattle, e David Relman, microbiologista da Universidade de Stanford, disseram que se esforçaram para articular um ponto de vista de "esperar para ver", o que eles acreditam ser compartilhado por muitos cientistas. Muitos dos signatários não falaram antes.
“A maior parte da discussão que você ouve sobre as origens do SARS-CoV-2 neste momento vem, eu acho, do número relativamente pequeno de pessoas que se sentem muito certas sobre suas opiniões”, disse Bloom. "Qualquer pessoa que esteja fazendo declarações com um alto nível de certeza sobre isso está apenas ultrapassando o que é possível fazer com as evidências disponíveis", acrescentou.
A carta diz que "as teorias de liberação acidental de um laboratório e de transbordamento zoonótico permanecem viáveis.”
Os defensores da ideia de que o vírus pode ter vazado de um laboratório, especialmente do Instituto de Virologia de Wuhan, na China, onde os vírus da SARS foram estudados, estão em alerta neste ano desde que uma equipe da Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um relatório alegando que tal vazamento era extremamente improvável, embora a missão nunca tenha investigado nenhum laboratório chinês. A equipe visitou o laboratório de Wuhan, mas não o investigou.
O relatório, produzido em uma missão com cientistas chineses, atraiu extensas críticas do governo dos Estados Unidos e outros de que o governo chinês não cooperou totalmente e limitou o acesso dos cientistas internacionais às informações.
A nova carta defendia uma investigação nova e mais rigorosa das origens do vírus, que envolveria uma gama mais ampla de especialistas e proteção contra conflitos de interesse.
O apelo para uma investigação mais aprofundada fez ecoar declarações pedindo mais investigações por parte do governo Biden e de outras nações, bem como do diretor da OMS, Dr. Tedros Adhanom Ghebreyesus.
Embora esse grupo de cientistas não destaque nenhum pesquisador pelo nome, a carta critica aqueles que também têm defendido a teoria da origem natural, citando a falta de evidências.