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Grupo de mulheres organiza carta contra abandono do patrimônio público de Salvador

Documento foi endereçado a autoriades municipais, estaduais e federais

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Grupo de mulheres organiza carta contra abandono do patrimônio público de Salvador

Foto: Divulgação

Um grupo de mulheres residentes em Salvador, integrantes do grupo Visite Salvador, organizaram uma carta endereçada a autoridades políticas municipais, estaduais e federais sobre a preservação do patrimônio histórico da cidade. Na carta, o grupo destaca "o estado alarmante de deterioração e abandono em que se encontram muitas das igrejas, conventos e casarões históricos que compõem o valioso patrimônio arquitetônico e cultural de nossa terra" e cobra atenção do poder público.

"Um episódio trágico que reflete essa situação foi o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no Centro Histórico, que vitimou uma jovem turista e expôs a fragilidade de nossas estruturas históricas. Esse incidente escancarou o problema e, recentemente, a igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, a igreja de Nossa senhora da Ajuda, a igreja e Convento dos Perdões, a igreja de São Bento, a igreja da Ordem Terceira do Carmo, o convento da Santa Clara do Desterro, entre outras igrejas foram interditadas pelos órgãos competentes, devido ao estado periclitante de suas estruturas, comprometidas por infiltrações, cupins, rachaduras e ausência de manutenção", dizem as mulheres.

As integrantes do Visite Salvador solicitaram: a realização de reformas e restaurações imediatas nas igrejas, conventos e instalações religiosas em condições críticas, com foco especial naquelas interditadas ou em risco iminente de colapso; a criação de um plano de manutenção periódica, com a devida alocação de verbas públicas, para a conservação contínua dos imóveis tombados ou situados em áreas protegidas pelo IPHAN, assegurando sua preservação para as gerações futuras; a implementação de medidas de segurança e proteção das igrejas e sacristias, que protejam suas riquezas culturais contra furtos, de modo a torná-las acessíveis à visitação e ao estudo; ⁠o desenvolvimento de políticas públicas que priorizem a revitalização desses espaços para segurança de usuários e visitantes, reconhecendo seu papel essencial no turismo e na identidade cultural de Salvador.

Confira a carta na íntegra:

Salvador, 12 de abril de 2025.

Às Autoridades Competentes,  
Excelentíssima Senhora Ministra da Cultura Margareth Menezes, 
Excelentíssimo Senhor Governador do Estado da Bahia Jerônimo Rodrigues, 
Excelentíssimo Senhor Prefeito de Salvador Bruno Reis,
Digníssimos Vereadores da Câmara Municipal de Salvador, 
Presidentes do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN e do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural da Bahia - IPAC 
Secretários da Cultura do Estado da Bahia e da Prefeitura de Salvador,
Nós, mulheres e residentes em Salvador, em sua maioria soteropolitanas, integrantes do grupo Visite Salvador (@visitesalvador2021), vimos, por meio desta, dirigir-nos a Vossas Excelências com um apelo urgente e imprescindível. 
Nosso grupo dedica-se, há algum tempo, a explorar e promover a rica cultura e história de nossa cidade, por meio de visitas a monumentos e espaços que narram a trajetória de Salvador e, por extensão, do Brasil. É, contudo, com profunda consternação, que observamos o estado alarmante de deterioração e abandono em que se encontram muitas das igrejas, conventos e casarões históricos que compõem o valioso patrimônio arquitetônico e cultural de nossa terra.
Salvador, cidade reconhecida como um marco histórico e cultural do Brasil, abriga conjuntos arquitetônicos coloniais, barrocos e neoclássicos de valor inestimável, muitos dos quais tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e pela UNESCO. Lamentavelmente, esse legado tem sido negligenciado, resultando em perdas irreparáveis. Um episódio trágico que reflete essa situação foi o desabamento do teto da Igreja de São Francisco, no Centro Histórico, que vitimou uma jovem turista e expôs a fragilidade de nossas estruturas históricas. Esse incidente escancarou o problema e, recentemente, a igreja de Nossa Senhora da Boa Viagem, a igreja de Nossa senhora da Ajuda, a igreja e Convento dos Perdões, a igreja de São Bento, a igreja da Ordem Terceira do Carmo, o convento da Santa Clara do Desterro, entre outras igrejas foram interditadas pelos órgãos competentes, devido ao estado periclitante de suas estruturas, comprometidas por infiltrações, cupins, rachaduras e ausência de manutenção. Houve também o fechamento, em agosto de 2024, do Conjunto Religioso de Santa Tereza, que abriga o emblemático Museu de Arte Sacra da Bahia, um dos mais valiosos museus de arte sacra do mundo!
Ademais, as sacristias de algumas dessas igrejas, que guardam um riquíssimo valor histórico e cultural – com joias, objetos sacros e relíquias de inestimável significado –, permanecem fechadas ao público por falta de segurança adequada, numa tentativa de evitar furtos e a perda dessas riquezas que pertencem à nossa história. Os casarões, por sua vez, testemunhas silenciosas do passado, sucumbem a incêndios e desabamentos, apagando capítulos inteiros de nossa memória coletiva.
Diante desse cenário crítico, dirigimos a Vossas Excelências um apelo formal e enfático, solicitando as seguintes providências emergenciais e estruturais:  
1.⁠ ⁠A realização de reformas e restaurações imediatas nas igrejas, conventos e instalações religiosas em condições críticas, com foco especial naquelas interditadas ou em risco iminente de colapso;  
2.⁠ ⁠A criação de um plano de manutenção periódica, com a devida alocação de verbas públicas, para a conservação contínua dos imóveis tombados ou situados em áreas protegidas pelo IPHAN, assegurando sua preservação para as gerações futuras;  
3. A implementação de medidas de segurança e proteção das igrejas e sacristias, que protejam suas riquezas culturais contra furtos, de modo a torná-las acessíveis à visitação e ao estudo;
4.⁠ ⁠O desenvolvimento de políticas públicas que priorizem a revitalização desses espaços para segurança de usuários e visitantes, reconhecendo seu papel essencial no turismo e na identidade cultural de Salvador.  

Atenciosamente,  
Grupo Visite Salvador  
(@visitesalvador2021)


  


 

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