Grupo é condenado por integrar organização criminosa envolvida em fraude de desvio de recursos públicos em cidade baiana

Seis pessoas foram condenadas pela Justiça Federal da Bahia (JF-BA) por participação em uma organização criminosa responsável por um esquema milionário de desvio de recursos públicos, ocorrido no município de Cansanção, no norte da Bahia. A informação foi divulgado pela Justiça na quarta-feira (23). 

As ações do grupo criminoso ocorreram entre os anos de 2011 e 2015. O ex-prefeito da cidade, Ranulfo da Silva Gomes (União), também é acusado de envolvimento nos crimes. Ele foi condenado a 10 anos de prisão por fraude em licitações e desvio de verbas que totalizaram R$ 26,5 milhões. A condenação foi proferida no início de fevereiro, na ocasião, outras quatro pessoas também foram condenadas.

Ao todo, sete pessoas foram julgadas nessa decisão mais recente. Uma delas, identificada como Edilmário Simões de Oliveira, foi absolvido. Ele é irmão da esposa do ex-prefeito e sócio nominal de uma das empresas investigadas, porém a Justiça considerou que não houve provas suficientes da atuação consciente na organização criminosa.

O julgamento aconteceu na 2ª Vara Federal Criminal da Seção Judiciária da Bahia. Conforme decisão do juiz federal Fábio Moreira Ramiro, as provas reunidas ao longo do processo confirmaram a atuação da organização criminosa em um esquema de corrupção de recursos públicos e lavagem de dinheiro.

A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) aponta que Ranulfo Gomes era quem chefiava o esquema e operava por meio dos núcleos político-administrativo e empresarial.

O grupo é acusado de desviar recursos públicos para empresas de fachada ou ligadas ao próprio prefeito, as investigações indicam que, as fraudes continuaram mesmo após o início da operação policial que apurava as ações. Alguma das empresas envolvidas estavam registradas em nome de "laranjas" e eram controladas diretamente pelo prefeito e familiares dele.

Confira as condenações nesta nova decisão

Adriana Lima da Silva – considerada braço-direito do ex-prefeito, atuava como secretária das empresas do grupo e movimentava recursos públicos desviados, inclusive os recebia na própria conta.

Azilmário Andrade – apontado como "laranja" da empresa Taveira Comercial de Combustíveis, não tinha capacidade econômica para ser sócio e continuava atuando como gerente no posto.

Gabriel Santos de Oliveira - condenado por organização criminosa e fraude à licitação. Era sobrinho da esposa do prefeito e constava como proprietário da G.S. de Oliveira ME, empresa que só firmou contratos com a prefeitura após a posse de Ranulfo.

Leandro Silva Moreira – pregoeiro e membro da comissão de licitação da prefeitura, foi condenado por facilitar licitações fraudulentas direcionadas às empresas do grupo.

Lourival José dos Santos – declarado proprietário da Construtora e Terraplanagem Santos Andrade, também de fachada, recebia contratos sem estrutura para executá-los.

Milton Neves de Oliveira – ex-funcionário da família Gomes, figurava como dono da M. Neves de Oliveira, empresa usada para locação de veículos ao município, sem estrutura compatível com os contratos milionários firmados.