Guerra: acaba prazo para soldados ucranianos se renderem em Mariupol
Invasores tentam derrubar o último foco de resistência para reivindicar a conquista do município
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Expirou nesta quarta-feira,20, o mais recente ultimato da Rússia aos combatentes ucranianos em Mariupol, sem nenhum sinal de rendição em massa, enquanto Moscou avançava com sua ofensiva no leste e governos ocidentais prometeram à Ucrânia mais ajuda militar.
O Exército de Moscou havia estipulado até meio-dia (horário local) para os ucranianos entregarem as armas, porém, até o momento, não há nenhum sinal de rendição. Mariupol, importante cidade portuária da região de Donetsk, no leste da Ucrânia, está sitiada pela Rússia há quase dois meses, e os invasores tentam derrubar o último foco de resistência para reivindicar a conquista do município.
A Rússia já deu três ultimatos para os combatentes na Azovstal, mas poucos soldados se renderam. Na última terça (19), separatistas de Donetsk disseram que 120 civis haviam sido evacuados da siderúrgica, porém a informação não foi confirmada por Kiev. Além disso, Moscou acusa os "nacionalistas ucranianos" de usarem civis como "escudos humanos" na indústria.
No entanto, o vice-prefeito de Mariupol, Sergey Orlov, disse à emissora britânica BBC que os civis escondidos na Azovstal são moradores de edifícios vizinhos destruídos em bombardeios russos e trabalhadores da siderúrgica.
Segundo Orlov, agora eles enfrentam escassez de itens de primeira necessidade devido ao cerco. Além da Azovstal, cerca de 100 mil civis continuam em Mariupol e precisam conviver com o crescente domínio russo.
A conquista de Mariupol é crucial para o objetivo de Moscou de estabelecer uma conexão terrestre entre a Crimeia anexada e os territórios rebeldes no Donbass. Além disso, essa seria a primeira grande vitória militar do regime de Vladimir Putin na Ucrânia desde o início da guerra, embora a cidade tenha sido arrasada durante quase dois meses de cerco. Mariupol também tem um caráter simbólico por ser o berço do Batalhão de Azov, milícia paramilitar de extrema direita incorporada ao Exército ucraniano e acusada de neonazismo pela Rússia.
Analistas acreditam que Moscou queira comemorar a tomada de Mariupol em 9 de maio, aniversário da rendição nazista na Segunda Guerra Mundial.