Guerra atrasou desenvolvimento na Palestina em quase 70 anos, afirma Pnud
Estudo revela que desemprego chegará a 49,9% e pobreza a 74,3% este ano
Foto: UNICEF/Alaa Badarneh
A guerra na Faixa de Gaza e a escalada dos conflitos na Cisjordânia causaram um atraso de 69 anos no desenvolvimento na Palestina. A análise foi apresentada na última terça-feira (22) em um relatório divulgado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e pela Comissão Econômica e Social das Nações Unidas para a Ásia Ocidental (Unescwa).
Segundo o levantamento, a economia palestina sofreu uma contração de 35% no PIB, em relação ao que era no início da invasão israelense, há um ano. Segundo as autoridades palestinas, a guerra no território já matou mais de 42.500 pessoas.
O relatório aponta ainda que a pobreza nos territórios palestinos aumentará para 74,3% até o final de 2024, afetando 4,1 milhões de pessoas. A secretária executiva da Unescwa, Rola Dashti, destaca que as avaliações “servem para soar o alarme sobre as milhões de vidas que estão sendo destruídas e as décadas de esforços de desenvolvimento que estão sendo destruídas. Já é hora de acabar com o sofrimento e o derramamento de sangue que tomaram conta da região”.
Recuperação
O estudo sugere três cenários de recuperação para a Palestina, e avaliou tanto o impacto imediato projetado para 2025 quanto o de longo prazo previsto para 2034, uma década após o início do atual conflito.
• O primeiro é sem recuperação antecipada, onde persistem restrições estritas aos trabalhadores palestinos e a retenção de receitas da autoridade Palestina. A ajuda permanece inalterada, limitando o crescimento econômico para 2%. Sob este cenário, o Produto Interno Bruto, PIB, deverá cair 20,1% em 2025 e em 34% até 2034 em comparação com níveis pré-guerra;
• O segundo cenário apresentado é o da recuperação antecipada restrita, que teria as mesmas limitações aos trabalhadores e à autoridade palestina, mas onde haveria um fluxo anual de US$ 280 milhões em ajuda humanitária. Sob este cenário, o PIB deverá diminuir 19,6% em 2025, com uma queda de 33% até 2034;
• Já o terceiro e último cenário é o da recuperação antecipada sem restrições, que prevê o fim das restrições aos trabalhadores palestinos e a devolução das receitas à autoridade Palestina. Nele, além de US$ 280 milhões em ajuda humanitária, US$ 290 milhões seriam alocados anualmente para esforços de recuperação, resultando em um aumento de produtividade de um 1% ao ano.