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Guia recomenda medidas para tornar a infância mais conectada à natureza

Documento, elaborado pelo Instituto Semeia, é voltado para parques e áreas protegidas

Por Ane Catarine Lima
Ás

Guia recomenda medidas para tornar a infância mais conectada à natureza

Foto: Getty Images

Pela primeira vez na história, a maior parte da população global vive em áreas urbanas. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontam que no Brasil a taxa de urbanização saltou de 45% em 1960 para 85% nos dias atuais. Partindo desse contexto, é possível afirmar que o contato com a natureza está cada vez mais escasso. 

De acordo com especialistas, as crianças fazem parte do grupo mais impactado por essa realidade. Isso porque as novas tecnologias mudaram e adaptaram a infância para dentro de casa e a síndrome do déficit de natureza passou a assolar um número cada vez maior de crianças, comprometendo não só a saúde física e mental, como também o desenvolvimento desse público. 

O Instituto Semeia, organização sem fins lucrativos, sugere que os parques e áreas protegidas podem desempenhar um papel importante na solução desse problema. Pensando em tornar a vida das crianças mais ativas e, além disso, apontar caminhos para tornar o uso público dos parques mais inclusivo e interessante para as crianças, a instituição lançou o guia “Parques tamanho família: Um novo olhar sobre a infância nas Unidades de Conservação do Brasil”.

A gerente de relacionamento do Instituto Semeia, Joice Tolentino, disse ao Farol da Bahia que “os parques e áreas protegidas podem desempenhar um papel de grande importância na mitigação dos problemas gerados pelo crescente distanciamento entre criança e natureza”. Ela afirma, no entanto, que esses espaços precisam se preparar para receber os pequenos.

“Os parques e áreas protegidas  precisam ser mais acolhedores e melhor preparados para atender as demandas específicas dos pequenos e de suas famílias. Muitas vezes os parques são excessivamente focados no público adulto ou em um perfil de visitante 'aventureiro', sem prestar tanta atenção naquele visitante que busca apenas estar na natureza e contemplá-la”, disse Tolentino.

O guia, elaborado com o apoio do Instituto Alana e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ), traz importantes recomendações a gestoras e gestores que queiram colaborar com essa iniciativa de tornar mais acessível a vivência da infância em contato com a natureza. 

“A ideia da publicação é fomentar um novo olhar para a presença da infância e das famílias nesses espaços. Além de colaborar para o ‘desemparedamento da infância’, ampliando o acesso aos benefícios para a saúde e o bem-estar gerados pelo contato com a natureza, teremos também uma geração com mais vínculos afetivos com nosso patrimônio natural e maior engajamento com o meio ambiente em geral”, afirmou a gerente de relacionamento do Semeia.

Para Erika Guimarães, consultora para a produção do Guia, é importante fomentar os inúmeros benefícios que a natureza proporciona às crianças. Segundo ela, viver na cidade favorece um estilo de vida mais sedentário e submete as crianças a níveis mais elevados de poluição e estresse.

“Isso traz consequências negativas para a saúde dessas crianças. Além disso, pesquisas recentes têm mostrado que o convívio com a natureza na infância e na adolescência melhora o controle de doenças crônicas, beneficia o desenvolvimento neuropsicomotor das crianças e contribui para a aquisição de várias outras habilidades emocionais e cognitivas. Ou seja, os ganhos da vida ao ar livre e do convívio com a natureza são muito grandes para a saúde e bem-estar de crianças e jovens”, afirmou  Guimarães.

Como funciona o projeto

O guia é um documento que traz dados, informações e um conjunto de recomendações sobre como tornar as unidades de conservação mais amigáveis para as crianças e suas famílias. Ainda de acordo com Erika Guimarães, a ideia é orientar gestoras e gestores de parques e reservas com algumas medidas que podem ser adotadas no planejamento da visitação e no dia a dia da gestão.

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