Haddad exonera auditor da Receita investigado por corrupção e vazamento de dados

Ex-supervisor da Receita foi alvo da Lava Jato e ficará inelegível para cargos públicos por oito anos

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Haddad exonera auditor da Receita investigado por corrupção e vazamento de dados

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, oficializou a exoneração do auditor-fiscal da Receita Federal Marco Aurélio da Silva Canal. A decisão foi publicada na edição desta terça-feira (17/6) do Diário Oficial da União (DOU), após a conclusão de um processo administrativo disciplinar que apurou a conduta do servidor.

Canal, que ingressou na Receita em 1995, ficou conhecido pelo envolvimento em uma das fases da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro. Em 2019, ele foi preso sob suspeita de liderar um esquema de cobrança de propina para proteger alvos da força-tarefa de investigações fiscais. Segundo as denúncias, ele usava o cargo para blindar contribuintes mediante pagamento ilícito.

No despacho de exoneração, Haddad destacou que o servidor se valeu da função pública “para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública”. Como resultado da decisão, Canal ficará impedido de retornar ao serviço público federal pelos próximos oito anos.

Além das acusações de corrupção, o nome de Marco Aurélio Canal também apareceu em apurações sobre o vazamento de dados fiscais do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e de sua esposa. Segundo as investigações, o auditor participou de uma análise de movimentações financeiras do casal, que teve informações sigilosas divulgadas. Na época, a Receita informou que não havia processo de fiscalização formal contra o ministro e que não foram encontrados indícios de irregularidades.

No âmbito da Lava Jato, Canal foi denunciado por envolvimento em um esquema de venda de proteção fiscal. De acordo com a delação de Lélis Teixeira, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro (Fetranspor), o auditor teria negociado R$ 4 milhões para impedir a aplicação de multas contra a empresa de transporte em um processo na Receita Federal.

As investigações apontaram ainda que o esquema envolvia servidores de diferentes setores do órgão, sendo Canal responsável por selecionar contribuintes para fiscalização

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