Hérnia de disco: Wesley Safadão volta a travar a coluna!
Fisioterapeuta Dra. Walkyria Fernandes explica o porquê do cantor não ter uma melhora com a cirurgia e orienta sobre a importância do pós-operatório
Foto: Reprodução/Instagram
Essa semana, o cantor Wesley Safadão postou nas redes sociais o adiamento de um dos seus shows por conta de novas dores na coluna. Operado há 2 meses, o artista já havia voltado aos palcos. Segundo Wesley, o artista pulou e dançou muito na sua última performance, o que acabou gerando fortes dores no dia seguinte, que o fizeram retornar ao hospital. A fisioterapeuta Walkyria Fernandes, especializada em ortopedia e traumatologia desportiva, explica que a cirurgia sem uma boa fisioterapia pós-cirúrgica não é garantia de sucesso. “A operação possibilita o médico a retirar a hérnia de disco naquele nível, mas tratar a mobilidade e fortalecer os músculos é a chave de toda a recuperação. Se isso não é feito com cautela, a recidiva acaba acontecendo”, acrescenta.
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Walkyria conta que a recaída é mais comum do que as pessoas pensam. Se no pós-operatório o reequilíbrio do corpo não é levado em consideração e as orientações do médico não são seguidas à risca, o paciente volta a ter fortes dores. “O problema é que quando o paciente está com dor, ele aceita qualquer tratamento. Quando a dor cessa, a pessoa pensa que a coluna já está normal, mas às vezes ela ainda está muito fraca. E começam as contraturas musculares, que é uma forma do corpo dar sinal de que algo não está indo bem, por isso as fortes dores”, comenta a especialista, que também é idealizadora do método Raciocínio Clínico Avançado - RCA 360. Segundo Fernandes, a intensidade dos shows pode ter sobrecarregado a coluna do cantor, que talvez não estivesse tão fortalecida.
Entenda o que é a hérnia de disco:
Segundo a fisioterapeuta, nosso corpo tem discos intervertebrais, localizados entre as vértebras, constituídos por um tecido cartilaginoso. Eles têm como função principal de amortecer do movimento. “Esse disco é composto por anéis fibrosos, que envolvem o núcleo pulposo, a parte de dentro, que é mole; igualzinho aquele antigo chiclete Bubbaloo. Quando há a ruptura do anel fibroso, o núcleo pulposo vaza, aí damos o nome de hérnia de disco extrusa”, acrescenta Walkyria.
A especialista explica ainda que os discos intervertebrais são formados por 80% de água e quando eles vão perdendo essa água, vão desidratando. Esse processo de degeneração, evolui até formar uma protrusão. “É como se eu pegasse o Babbaloo -- que seria o disco intervertebral - e desse uma esmagada nele. No caso do Wesley Safadão, ele tinha uma protrusão discal e isso foi piorando ao longo do tempo, até que desenvolveu a hérnia de disco extrusa, e teve que ser operado”, esclarece.
Sobre Walkyria Fernandes
Walkyria Fernandes é graduada em Fisioterapia pela Universidade Estadual do Centro-Oeste (Paraná) há 18 anos. Tem especialização em ortopedia e traumatologia desportiva, pela Faculdade Evangélica do Paraná. Além disso, conta com uma especialização em osteopatia pela Escuela de Osteopatía de Madrid (EOM) e D.O. reconhecido pela Scientific European Federation of Osteopaths (SEFO). É mestre em Tecnologia em Saúde, pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC), e fez doutorado sanduíche -- parte na UniNove, em São Paulo e parte na Universidade de Sevilla, na Espanha.
A fisioterapeuta clínica ainda é idealizadora do método “Raciocínio Clínico Avançado -- RCA 360”, curso on-line que já conta com mais de 5 mil alunos no Brasil e em nove países. Já foi proprietária de uma grande clínica de fisioterapia no estado do Mato Grosso, onde também atuou durante 7 anos como professora de anatomia, na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMT), no curso de Medicina.