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Saúde

Hipertensão arterial: conheça os riscos e saiba como prevenir a doença

Mais de 38 milhões de pessoas têm pressão alta no Brasil

Por Ane Catarine Lima
Ás

Hipertensão arterial: conheça os riscos e saiba como prevenir a doença

Foto: Divulgação/SESA

A hipertensão arterial, conhecida popularmente como “pressão alta”, mata mais de 10 milhões de pessoas por ano no mundo. No Brasil, dados do Ministério da Saúde apontam que a condição atinge mais de 38 milhões de pessoas e, em casos de agravamento, é  responsável por cerca de 200 mil mortes a cada ano. 

Embora estudos apontem que as mulheres tendem a apresentar hipertensão arterial mais rápido e mais cedo do que os homens ao longo da vida, especialistas alertam que a doença é crônica e pode acometer pessoas de todos os sexos. Em entrevista ao Farol da Bahia, o  cardiologista Dr. Paulo Roberto Souza explicou que a faixa etária é um fator importante para caracterizar a maior prevalência da pressão alta em homens ou mulheres.   

“A gente precisa separar essa análise em duas faixas etárias. Abaixo dos 50 anos a gente tem uma prevalência maior nos homens. Já acima dos 50 anos, há uma prevalência maior de hipertensão nas mulheres. No geral, quando se faz uma soma, as mulheres têm discretamente um valor mais elevado do que os homens em relação à pressão arterial. Alguns fatores são tidos como causa, sendo que um dos principais é que acima dos 50 anos, depois da última menstruação, ocorre uma  queda na produção de hormônios femininos”, disse o especialista.

“Isso tem uma tendência de aumento das doenças cardiovasculares e também da pressão arterial. Além disso, associado a essa realidade, devemos levar em conta o estilo de vida e uma alimentação inadequada. Excesso de sal, falta de atividade física e aumento do peso das mulheres também são fatores observados”, completou. 

A pressão alta é preocupante porque, dentre outros malefícios, é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de outros problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e renais. De acordo com o cardiologista, a hipertensão é caracterizada pelo aumento anormal e prolongado da pressão que o sangue faz quando circula pelas artérias do corpo. 

“A hipertensão é quando o paciente tem valores elevados e sustentados da pressão arterial em pelo menos duas medidas diferentes no consultório. Isso porque muitas vezes o paciente tem uma medida isolada elevada e não caracteriza hipertensão. Então, é necessário ter pelo menos duas medidas elevadas em dias diferentes para caracterizar o paciente como hipertenso”, afirmou o especialista. 

“A pressão alta é uma doença extremamente perigosa. Uma pessoa com hipertensão pode ter ao longo do tempo complicações renais, como perda progressiva das funções dos rins. Nesse caso, muitos pacientes podem necessitar de diálise. A pressão alta também pode causar complicações nos olhos, podendo levar a uma redução progressiva da visão e até mesmo à cegueira. Em relação à parte cardiovascular, o paciente hipertenso pode apresentar aumento do risco de AVC [Acidente Vascular Cerebral], infarto e insuficiência cardíaca”, alertou Roberto.

Pessoas consideradas hipertensas apresentam pressão igual ou maior que 14 por 9. Dentre os sintomas mais comuns estão tontura, falta de ar, palpitações, dor de cabeça frequente e alteração na visão. 

Causas e prevenção

Ainda em entrevista, o Dr. Paulo Roberto Souza explicou que a hipertensão arterial pode ser causada por diversos fatores. Ele afirmou, no entanto, que um estilo de vida mais saudável, com a prática regular de exercícios e uma alimentação equilibrada, pode ajudar a evitar a doença. 

“A hipertensão é multifatorial, não tem uma causa específica. A gente sabe, por exemplo, que pessoas que têm histórico na família de parente de primeiro grau têm uma tendência maior a ter pressão alta. Outros fatores como o aumento do peso, o alto nível de estresse, o tabagismo, o etilismo e a falta de atividade física e alimentação saudável também podem contribuir. Esses fatores somados podem aumentar o risco de pressão elevada”, afirmou o cardiologista. 

“Para prevenir a doença, nós temos dois pilares. O primeiro é o acompanhamento regular com o médico. Já o segundo pilar, são as medidas de prevenção. São elas: evitar o tabagismo, controlar o peso, aderir a uma alimentação adequada e com pouco sal, além de controlar as doenças de base. O tratamento é feito a partir da adoção de um estilo de vida mais saudável somado ao uso de medicamento”, completou.

Hipertensa há mais de 10 anos, Lita Nery, de  63 anos, disse ao Farol da Bahia que desde que foi diagnosticada mudou completamente seu estilo de vida, optando sempre por práticas cotidianas saudáveis. 

“Eu comecei com a hipertensão durante a gestação do meu primeiro filho. Eu engravidei com 17 anos. Na época, eu não tinha preocupação com alimentação, comia muita coisa que não devia e comecei a engordar muito. Durante a gestação, engordei 24 kg. Eu ficava muito inchada, tinha falta de ar e dor de cabeça. O médico, claro, se preocupou e cortou o sal da minha alimentação. O meu bebe nasceu e foi tudo bem, mas depois fui investigar a causa da minha hipertensão e descobri que eu tinha carência de barorreflexo”, disse Nery.

“Essa é a forma essencial da doença. Minha vida precisou mudar completamente. Minha alimentação foi modificada e, inclusive, a atividade física. Hoje estou mais saudável, sou elétrica. Quando você tem ciência dos perigos que corre por ter hipertensão, você não tem outra escolha a não ser andar na linha. É preciso praticar atividade física, comer bem, evitar cigarro e, além disso, cuidar da saúde mental”, concluiu. 


 

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