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Bahia

Hóspedes denunciam riscos em elevadores e falta de material anti incêndio em hotel do Corredor da Vitória

“O prédio está em estado deplorável", relata condômino

Por Ane Catarine Lima
Ás

Hóspedes denunciam riscos em elevadores e falta de material anti incêndio em hotel do Corredor da Vitória

Foto: Reprodução

Um condômino do Hotel Sol Victoria Marina, localizado no bairro de Vitória, em Salvador, denunciou ao Farol da Bahia as "péssimas condições de funcionamento” do local que, segundo ele, está com o sistema de incêndio sucateado e com os elevadores, em sua maioria, sem funcionar. De acordo com a denúncia, o prédio do hotel tem 24 andares e cinco elevadores. Desses, apenas três funcionam.

“O prédio está em estado deplorável. Os elevadores estão em estado deploráveis, o sistema de incêndio está completamente sucateado. Era para ser interditado pela Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo [Sedur] no que tange aos elevadores, bem como pelo Corpo de Bombeiros porque o sistema de incêndio não funciona há anos. Ambos os órgãos têm o dever de fiscalizar e interditar o prédio porque o mesmo não tem condições mínimas de habitabilidade, representando sério risco aos hóspedes, empregados e moradores”, afirmou o denunciante.

“O prédio tem cinco elevadores, mas só funcionam três. O elevador de serviço, por exemplo, já tem anos que não funciona e os outros estão em situação deplorável. Porque a Sedur não fiscaliza o local? Os elevadores estão em estado de funcionamento precário, quebrando constantemente”, completou.

Ainda de acordo com o denunciante, os responsáveis pelo hotel contrataram o serviço da empresa Otis Elevadores. Ainda assim, segundo ele, o problema não foi resolvido. “A reforma está extremamente lenta e os problemas continuam. Há um risco iminente desse elevador despencar. Então, há um grande risco de acidente no futuro. Não entendo como esse prédio está autorizado a funcionar. O prédio funciona de forma mista, uma parte hotel e  a outra residencial. Os elevadores, no entanto, não estão aptos para isso. Eles tinham que passar anualmente por uma vistoria. Se fosse realizada essa vistoria, eles  com certeza não estariam funcionando”, afirmou o denunciante.

As reclamações do condômino são reafirmadas por hóspedes. Em sites e aplicativos de viagem e hospedagem é possível ver, por exemplo, inúmeros comentários negativos sobre o hotel. No site Tripadvisor, uma hóspede deixou o seguinte comentário em novembro de 2020: 

Já no Booking, outro hóspede deixou outro comentário negativo nesta terça-feira (6): “Os elevadores estão horríveis, mais de 20 minutos esperando para subir ou descer!! terrível”. Devido à emergência da situação, o Farol da Bahia entrou em contato com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur), que afirmou que “realizou uma fiscalização no estabelecimento em outubro de 2021 e notificou para apresentar os laudos de manutenção predial e dos elevadores”. 

Ainda em resposta, o órgão disse que “irá realizar novamente uma fiscalização no local”. A data, no entanto, não foi dita. Já a administração do prédio disse ao Farol da Bahia que está ciente do "incômodo'' que o mau funcionamento dos elevadores gera no cotidiano dos condôminos e que, por essa razão, está fazendo um “acompanhamento quase que diário do andamento dessa reforma”. Ainda segundo a administração do local, “a sucessão de contratempos provocou uma distensão inesperada no prazo”. 

“Nós estamos cientes. Existe um histórico desse processo dos elevadores do Victoria Marina, mas a solução de contorno já foi adotada. Essa solução enfrentou uma série de percalços porque a taxa extra para a reforma dos elevadores foi aprovada no início de 2020. A primeira taxa para a reforma dos elevadores foi paga no mês de março, mas com o advento da pandemia um conjunto de condôminos solicitou que a taxa extra fosse suspensa porque as locações das unidades do Victoria Marina caíram a zero e as pessoas tinham que pagar a taxa de condomínio e a taxa  extra, isso seria um peso”, disse.     

“A taxa extra retornou a cobrança no mês de dezembro do ano passado e a Otis começou a trabalhar nos elevadores em janeiro de 2021. O fato é que esse retorno dos trabalhos da Otis contou com algumas inseguranças de pagamento. Apesar de a gente ter aprovado a retomada da cobrança da taxa extra, houve muito atraso nesses pagamentos e acabou que a gente não cumpriu o pagamento na data. Então, por uma questão de segurança financeira, a Otis foi tocando aquilo de uma forma mais lenta”, completou a administração do prédio.

Sistema de incêndio

Ainda de acordo com o denunciante, que preferiu não revelar a identidade, a situação do prédio é preocupante porque “não há brigada de incêndio”. “O prédio é um hotel. Nesse caso, lida com muitas vidas. Não é um prédio residencial, era para ter uma maior atenção dos poderes públicos que fiscalizam. São 24 andares, com exceção do 24 são 10 apartamentos por andar. Então, se colocarmos duas pessoas por andar teremos, pelo menos,  230 pessoas. Fora os funcionários. No carnaval, a conta aumenta porque muitos apartamentos chegam a colocar seis pessoas. Então, se acontecer uma tragédia muitas pessoas estarão envolvidas”, afirmou. 

“O sistema é inoperante, salvo recarga nos extintores. As portas corta chamas estão sucateadas, os esguichos estão com tubulação podre, o alarme de incêndio inoperante, o prédio não possui brigada de incêndio, não tem hidrantes no corredor da vitória, sem falar que o Victoria Marina é muito próximo ao edifício Apolo XXIII, podendo rapidamente passar o incêndio para o prédio vizinho”, completou. “Pode ocorrer uma grande desgraça em Salvador, por causa da omissão do setor de fiscalização do corpo de bombeiros que deveria interditar o prédio enquanto as obras de reparo não são concluídas”, concluiu. 

Em relação aos problemas relacionados ao sistema de incêndio do Hotel Victoria Marina, o Farol da Bahia entrou em contato com o Corpo de Bombeiros, mas não obteve respostas. 

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