Humanidade esgota limites biológicos de 2023, alerta ONG ambientalista
Global Footprint Network aponta que imposição de limites à exploração dos recursos naturais é necessária
Foto: Arquivo/Agência Brasil
Em relatório da ONG ambientalista Global Footprint Network aponta que a humanidade esgotou seus limites biológicos para o ano de 2023, na quarta-feira (2), necessitando de cerca de 1,7 planeta para sustentar o atual estilo de vida. A curva da sobrecarga ecológica apresentou uma desaceleração nos últimos cinco anos, mas é difícil determinar se essa tendência se deve a uma desaceleração econômica ou a esforços intencionais de descarbonização.
O Dia da Sobrecarga da Terra, que marca o momento em que a demanda anual da humanidade pelos recursos naturais do planeta excede a capacidade de regeneração da Terra, chegou cinco dias mais tarde em 2023 do que em 2022. No entanto, isso se deve, em grande parte, à maneira como a rede ambientalista coleta os dados.
Apesar desse pequeno avanço, os esforços para impor limites à exploração exagerada dos recursos naturais têm sido lentos. De acordo com os cálculos da ONG, o Dia da Sobrecarga precisaria ser adiado em 19 dias a cada ano pelos próximos sete anos para alcançar as metas globais de corte das emissões de carbono que contribuem para o efeito estufa.
O diretor-presidente da Global Footprint, Steven Tebbe, associou o esgotamento dos recursos do planeta, incluindo o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis, aos eventos climáticos extremos, como ondas de calor, incêndios florestais, secas e inundações, que ameaçam a produção de alimentos.
Desde que a ONG começou a divulgar suas estimativas anuais em 1970, a humanidade regularmente tem consumido recursos além da capacidade de regeneração da Terra. A biocapacidade do planeta, definida como a capacidade dos ecossistemas de produzirem materiais biológicos usados pelos humanos e absorverem seus resíduos, tem se mostrado insuficiente para atender à demanda anual.