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Bahia

IBGE: Desemprego na Bahia quebra recordes e tem taxa de desocupação de 20,7% no 3º trimestre

Taxa ficou acima da verificada no 2º trimestre (19,9%), a maior até então

Por Da Redação
Ás

IBGE: Desemprego na Bahia quebra recordes e tem taxa de desocupação de 20,7% no 3º trimestre

Foto: Reprodução

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), do IBGE, aponta que no 3º trimestre de 2020, o mercado de trabalho baiano seguiu quebrando recordes negativos, e a taxa de desocupação no estado chegou a 20,7%. Ficou acima da verificada no 2º trimestre (19,9%), a maior até então, e bem mais elevada do que a registrada no 3º trimestre de 2019 (16,8%). 

Segundo a pesquisa, manteve-se a mais alta do país e se tornou a maior taxa para a Bahia desde o início da série história da PNAD Contínua Trimestral, em 2012.

Entre julho e setembro, no Brasil, a taxa de desocupação foi de 14,6%, também a maior da série histórica. O indicador da Bahia (20,7%) foi mais que o triplo do verificado em Santa Catarina (6,6%), que tem a menor taxa dentre os estados.

A taxa de desocupação mede a proporção de pessoas de 14 anos ou mais de idade que estão desocupadas (não trabalham e procuraram trabalho) em relação ao total de pessoas que estão na força de trabalho, seja trabalhando (pessoas ocupadas) ou procurando (desocupadas).

Número e proporção de pessoas trabalhando chegam a seus menores patamares desse 2012 na Bahia

Na Bahia, no 3º trimestre, o número de pessoas trabalhando, fossem formais ou informais (população ocupada), seguiu em queda pelo terceiro trimestre consecutivo e chegou a seu menor patamar desde o início da série histórica da PNAD Contínua (2012): 4,872 milhões (frente a 4,876 milhões no 2º trimestre). 

Isso significa que 39,5% das pessoas em idade de trabalhar (14 anos ou mais) estavam de fato ocupadas no 3º trimestre, também o menor nível da ocupação desde 2012, no estado.   

Ao longo dos três trimestres de 2020, o número de trabalhadores na Bahia caiu 16,1%, o que significou menos 937 mil pessoas trabalhando no estado, em relação ao verificado no último trimestre de 2019, quando 5,809 milhões estavam ocupados.

Por outro lado, o número de pessoas que procuraram trabalho e não encontraram (população desocupada) cresceu na Bahia e chegou a 1,208 milhão no 3º trimestre (frente a 1,170 milhão no trimestre anterior). Em relação ao final de 2019, quando 1,141 milhão de pessoas estavam procurando trabalho, o número de desocupados no estado cresceu 5,9% em 2020 (+67 mil pessoas). 

A combinação desses dois movimentos (queda da ocupação e alta da desocupação) explica o aumento da taxa de desocupação entre o 2º e o 3º trimestres, na Bahia. Que poderia ter sido ainda maior, caso o número de pessoas que não estão trabalhando nem procuraram trabalho (população fora da força) não tivesse também crescido nesse período. 

Esse grupo, que não entra na conta da taxa de desocupação, também chegou a seu maior patamar histórico no estado: 6,179 milhões de pessoas estavam fora da força de trabalho entre julho e setembro (frente a 6,067 milhões no trimestre anterior). 

Na comparação com o último trimestre de 2019, quando 5,039 milhões estavam nessa condição, a população fora da força foi a que mais cresceu na Bahia: 22,6%, o que representou mais 1,140 milhão de pessoas deixando a força de trabalho ao longo de 2020. 

Dentre os que estão fora da força de trabalho, os desalentados somaram 792 mil pessoas, na Bahia, no 3º trimestre de 2020. O estado mantém a maior população de desalentados do país, mas houve um recuo frente ao 2º trimestre, quando eram 849 mil nessa condição. 

A população desalentada é aquela que está fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho ou não tinha experiência; ou era muito jovem ou idosa; ou não encontrou trabalho na localidade. Entretanto, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

No Brasil como um todo, os desalentados chegaram a 5,9 milhões no 3º trimestre do ano - maior contingente da série histórica da PNAD Contínua, iniciada em 2012.

Do 2º para o 3º tri, metade dos grupos de atividades tiveram redução de ocupados, com destaque para administração pública e serviços de informação

Entre o 2º e o 3º trimestre de 2020, metade dos 10 grupamentos de atividades investigados mostraram redução no número de trabalhadores, na Bahia.

As maiores retrações, em termos absolutos, ocorreram nos segmentos de administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (menos 95 mil trabalhadores em três meses, -8,7%) e informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas (menos 54 mil pessoas ocupadas, ou -13,4%). 

Já frente ao 3º trimestre de 2019, quase todas as atividades mostraram queda na ocupação. Apenas agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura teve saldo positivo de 31 mil pessoas a mais trabalhando (+3,3%). Nessa comparação, as maiores reduções absolutas no número de trabalhadores ocorreram em comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (-206 mil ocupados, -18,7%) e nos serviços domésticos (-156 mil trabalhadores, ou -38,1%).

Com queda no número de empregados com carteira e do setor público, informalidade volta a crescer na Bahia, atingindo 51,3% dos trabalhadores

Do 2o para o 3o trimestre, na Bahia, houve redução no número de trabalhadores em quase todas as posições na ocupação e categorias do emprego. Aumentaram apenas os empregados sem carteira assinada (de 684 mil para 792 mil, +15,8%) e os trabalhadores familiares auxiliares (de 150 mil para 196 mil, +30,4%).

Por outro lado, as maiores reduções absolutas ocorreram entre os trabalhadores do setor público (de 857 mil para 780 mil, -77 mil) e os empregados com carteira assinada (de 1,294 milhão para 1,254 milhão, -40 mil). Estes últimos chegaram ao seu patamar mais baixo em oito anos, desde o início da PNAD Contínua (2012).

Assim, a taxa de informalidade voltou a crescer na Bahia, chegando a pouco mais da metade dos trabalhadores do estado (51,3%) no 3o trimestre, frente a 48,1% no trimestre anterior. Continuava menor, porém, do que a verificada no início do ano (52,9% no 1o trimestre de 2020). 

No estado, entre julho e setembro, 2,499 milhões de trabalhadores estavam na informalidade, ou seja, eram empregados sem carteira assinada (inclusive trabalhadores domésticos), empregadores ou trabalhadores por conta própria sem registro no CNPJ ou trabalhadores auxiliares familiares.

Rendimento médio na Bahia foi de R$ 1.743, um pouco menor que no 2o trimestre (R$ 1.795), mas acima do 3o tri de 2019 (R$ 1.577)

No 3º trimestre de 2020, o rendimento médio mensal real dos trabalhadores na Bahia (descontados os efeitos da inflação) ficou em R$ 1.743. Houve uma discreta queda (-2,9%) em relação ao verificado no trimestre anterior (R$ 1.795), mas o valor ainda ficou significativamente acima (+10,5%) do rendimento do 3º trimestre de 2019. 
 

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