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IGBE: Em 2019, Bahia tinha 3º maior percentual de vítimas de alguma violência

A incidência de algum tipo de violência era maior entre as mulheres

Por Da Redação
Ás

IGBE: Em 2019, Bahia tinha 3º maior percentual de vítimas de alguma violência

Foto: Reprodução/G1

A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), sobre acidentes, violência, doenças transmissíveis, atividade sexual, características do trabalho e apoio social, realizada pelo IBGE em convênio com o Ministério da Saúde, entre agosto de 2019 e fevereiro de 2020, aponta que, entre 2018 e 2019, 1 em cada 5 adultos na Bahia foi vítima de algum tipo de violência, fosse psicológica, física ou sexual. 

A proporção, 21,8% da população de 18 anos ou mais de idade, era a terceira maior do país e superior à verificada nacionalmente. Representava 2,4 milhões de pessoas atingidas por algum tipo de violência, das quais 56,6% eram mulheres (1,4 milhão).

No mesmo período, no Brasil como um todo, 18,3% dos adultos informaram ter sofrido alguma violência (29,1 milhões de pessoas). Sergipe (24,9%) e Roraima (22,3%) eram os únicos estados com percentuais maiores que os da Bahia.

No outro extremo, estavam Acre (12,4% sofreram algum tipo de violência), Santa Catarina (13,3%) e Rondônia (15,5%).

Segundo a pesquisa, na Bahia, a incidência de algum tipo de violência era maior entre as mulheres (23,3% informaram ter sido vítimas) do que entre os homens (20,1% informaram, o segundo maior percentual entre os estados).

O estudo mostra ainda que a violência também era mais frequente entre os jovens (atingindo 35,6% das pessoas de 18 a 29 anos) e diminuía com o avanço da idade, chegando à menor incidência entre os idosos de 60 anos ou mais (14,0% haviam sofrido violência).

Sofrer violência, no estado, era significativamente mais comum entre as pessoas que se declaravam pretas (27,5% informaram, maior percentual do Brasil) do que entre as pardas (19,5%) e as brancas (20,1%). Era mais frequente ainda entre as pessoas com menor renda domiciliar per capita (27,2% na faixa de sem rendimento até 1/4 do salário mínimo).

Pouco mais de 1 em cada 10 pessoas que sofreram algum tipo de violência na Bahia, entre 2018 e 2019, deixou de realizar suas atividades habituais em decorrência disso: 14,3% das vítimas ou cerca de 349 mil pessoas, em números absolutos. O percentual foi levemente superior ao nacional (12,2%) e o oitavo entre os estados.

Violência Psicológica

Dentre os tipos de violência, a psicológica foi a mais informada tanto na Bahia quanto no Brasil.

No estado, 20,4% dos adultos (1 em cada 5 ou 2,3 milhões de pessoas de 18 anos ou mais de idade) informaram ter sofrido violência psicológica.

O percentual baiano (20,4%) foi o terceiro maior do Brasil, onde 17,4% dos adultos disseram ter vivido esse tipo de violência entre 2018 e 2019 (27,6 milhões de pessoas). Ficou abaixo, mas muito próximo, dos verificados em Sergipe (23,9%) e Roraima (21,4%).

No outro extremo, Acre (11,5%), Santa Catarina (12,7%) e Mato Grosso (13,6%) tiveram as menores proporções.

Na Bahia, a violência psicológica também foi mais informada pelas mulheres (22,3% frente a 18,3% dos homens); pelos mais jovens (31,1% das pessoas entre 18 e 29 anos, frente a 9,9% dos idosos); pelas pessoas pretas (25,6% frente a 18,2% das pardas e 19,2% das brancas) e por quem tinha menor renda domiciliar per capita (25,9% daquele sem rendimento ou com até 1/4 de salário mínimo).

Violência física

A violência física era muito menos frequente tanto na Bahia quanto no Brasil como um todo, mas o estado tinha a maior proporção de vítimas desse tipo de agressão no país. Entre 2018 a 2019, 6,1% das pessoas 18 anos ou mais de idade na Bahia informaram ter sofrido violência física. Isso representava 681 mil adultos.

Além de ter tido a maior incidência de violência física do país, a Bahia teve ainda o segundo maior número absoluto de vítimas (681 mil), abaixo apenas do verificado em São Paulo, onde 1,5 milhão de adultos sofreram violência física (4,2% do total).

No país como um todo, 4,1% dos adultos (6,6 milhões de pessoas), informaram ter sofrido violência física entre 2018 e 2019. As menores proporções ocorreram na Paraíba (2,7%), no Acre (2,8%) e em Santa Catarina (3,1%).

Violência Sexual

Já a violência sexual foi a menos informada. Entre 2018 e 2019, 1,1% das pessoas de 18 anos ou mais de idade na Bahia (cerca de 121 mil) disseram ter sido vítimas desse tipo de agressão.

Ainda assim, a proporção no estado estava um pouco acima da nacional (0,8% ou 1,2 milhão de adultos) e ficava em quarto lugar, empatada com as verificadas no Distrito Federal e no Ceará. Piauí (1,4%), Maranhão (1,4%) e Sergipe (1,3%) lideravam, enquanto Minas Gerais (0,4%), Santa Catarina (0,4%) e Rio Grande do Sul (0,4%) tinham as menores incidências.

Mulheres

Na Bahia, 1 em cada 10 mulheres adultas (9,4% ou 554 mil) já foi vítima de violência sexual alguma vez na vida.  Ampliando-se o período em que a violência sexual poderia ter ocorrido, dos 12 meses anteriores à entrevista para em qualquer momento da vida, o percentual de vítimas subia consideravelmente.

No estado, em 2019, 7,0% das pessoas de 18 anos ou mais de idade afirmaram ter sofrido violência sexual alguma vez na vida (776 mil). Era o quinto maior percentual entre os estados e superior ao nacional (5,9%). Maranhão (7,7%), Espírito Santo (7,5%) e Roraima (7,2%) tinham as maiores proporções, enquanto Alagoas (3,7%), Santa Catarina (3,8%) e Pernambuco (4,3%) tinham as menores.

A pesquisa aponta que na Bahia, a proporção dos adultos que relataram ter sofrido violência sexual em algum momento da vida chegava a 9,4% entre as mulheres - ou seja, quase 1 em cada 10.

O número absoluto de mulheres vítimas de violência sexual (554 mil) era 71,5% do total do estado, ou seja, 7 em cada 10 pessoas que, alguma vez na vida, sofreram violência sexual na Bahia eram mulheres.

Além de ser predominantemente feminina, a violência sexual em algum momento da vida também atingia predominantemente os jovens (11,5% das pessoas de 18 a 29 anos informaram ter sido vítimas), pessoas com nível superior completo (8,3% foram vítimas) e quem declarava cor preta (9,3% foram vítimas).  


 

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