Impacto ambiental máximo na exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas preocupa autoridades
Cálculo do Ibama revela magnitude do impacto negativo e influência na biodiversidade da região
Foto: Elsa Palito/Greenpeace Brasil
O projeto de exploração de petróleo na bacia Foz do Amazonas, conduzido pela Petrobras, tem gerado preocupações devido ao alto grau de impacto ambiental calculado pelo Ibama. Documentos obtidos pela Folha revelam que a perfuração planejada no bloco 59 atingiu a escala máxima de impacto, com implicações na biodiversidade e em áreas ainda não totalmente exploradas.
De acordo com os relatórios, a magnitude do impacto, a biodiversidade, a persistência dos efeitos e o comprometimento de áreas prioritárias alcançaram valores máximos, resultando em um índice de impacto ambiental de 0,5%. Isso levou à definição de uma compensação ambiental obrigatória no valor de R$ 4,3 milhões.
Anteriormente, uma tentativa de exploração no bloco FZA-4, abandonada após um acidente, também apresentava um alto grau de impacto ambiental, embora inferior ao atual projeto. O Ibama calculou um índice de 0,28% para esse caso, resultando em uma compensação de R$ 282 mil.
Os documentos revelam que a perfuração no bloco 59 tem potencial para causar 18 impactos negativos, incluindo alterações no comportamento de mamíferos aquáticos e tartarugas, bem como mudanças na qualidade dos sedimentos devido ao descarte de cascalho. Além disso, a área prioritária de exploração, conhecida como cone amazônico recortado, possui uma importância biológica significativa, ainda não totalmente compreendida.
A Petrobras não se pronunciou sobre as preocupações levantadas pelo Ibama. Enquanto isso, o governo Lula mantém planos para prosseguir com o projeto, apesar da negativa do presidente colombiano, Gustavo Petro, em relação a novas explorações de petróleo na Amazônia.