Michel Telles

Impacto financeiro da pandemia é menor do que em trimestres anteriores, mas continua significativo

Estudo Consumer Pulse, da TransUnion, destaca os efeitos financeiros da COVID-19 sobre os brasileiros durante o 4º trimestre de 2021

Por Michel Telles
Ás

Impacto financeiro da pandemia é menor do que em trimestres anteriores, mas continua significativo

Foto: Divulgação

 A TransUnion, empresa global de informações e insights, divulga os resultados do Consumer Pulse Study referentes ao 4º trimestre de 2021, mostrando o efeito da pandemia de COVID-19 nas finanças dos brasileiros. Embora o impacto financeiro para os consumidores tenha diminuído em relação aos estudos anteriores, este manteve-se significativo – quase metade (48%) dos participantes brasileiros relatam terem sido afetados monetariamente no último trimestre de 2021. No entanto, há uma diminuição no número de consumidores que esperavam que a renda familiar fosse atingida pela pandemia no futuro. Além disso, metade dos entrevistados, cuja renda diminuiu, permanecem esperançosos de que vão recuperar suas finanças.

O Consumer Pulse Study do 4º trimestre de 2021 foi baseado em uma pesquisa com 1.034 adultos brasileiros, realizada entre os dias 1º e 10 de novembro de 2021.

"Mesmo vendo algumas melhorias, o impacto financeiro da pandemia nos consumidores brasileiros permanece importante", diz Claudio Pasqualin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da TransUnion Brasil. "Muitos brasileiros estão redimensionando seus gastos e expressando preocupações sobre sua capacidade para pagamento de contas. É fundamental que os credores entendam essa dinâmica e ofereçam opções para que os consumidores alcancem estabilidade financeira", finaliza.

Sinais positivos foram observados na maioria das classes sociais, mas um percentual significativo de consumidores ainda enfrenta dificuldades financeiras

Houve uma redução no percentual de consumidores brasileiros na maioria das classes sociais que relataram impacto financeiro negativo devido à COVID-19. As famílias de menor renda (receita mensal inferior a R$ 1.000) apresentaram melhora mais significativa. Nesse grupo, 69% das famílias indicaram terem sido afetadas monetariamente no quarto trimestre de 2021, abaixo dos 72% e 75% no 3º e 1º trimestre de 2021, respectivamente.

Nas famílias de renda média (receita mensal entre R$1.000 e R$5.000), 53% indicaram dificuldades financeiras no 4º trimestre de 2021, abaixo dos 54% e 57% no 3º e 1º trimestre de 2021, respectivamente. Nas famílias de renda média-alta (receita mensal entre R$5.000 e R$10.000), 32% relataram terem sido impactados, contra 38% no 3º trimestre e 35% no 1º trimestre de 2021. Nas famílias com maior renda (acima de R$10.000) 38% declararam resultados negativos no último trimestre, um pouco além dos 37% do 3º trimestre e de 33% no 1º trimestre de 2021.

A perda de emprego continua a afetar a renda familiar, com 32% dos consumidores pesquisados relatando que alguém em sua casa perdeu o emprego – abaixo dos 36% no 3º trimestre e 35% no primeiro estudo de 2021. A redução do salário e da jornada de trabalho também foram os principais motivos para as mudanças de renda, com 29% e 19% dos brasileiros indicando que alguém em sua casa teve seu salário e horas de trabalho reduzidos, respectivamente. De forma encorajadora, o percentual de consumidores que indicaram terem iniciado um novo emprego ou atividade geradora de receita cresceu para 15%, passando de 9% no 3º trimestre e 11% no 1º trimestre de 2021.

Foram relatados sinais positivos adicionais na forma como os compradores descreveram sua situação financeira. Em comparação com o 1º trimestre de 2021, o percentual maior de todos os consumidores pesquisados foi definido como estável (16%, um aumento de 5% em relação ao 1º trimestre). Muitos se definiram como esperançosos, ou seja, mesmo com a queda da renda familiar, acreditam que suas finanças se recuperarão (50%, 2% a mais que o 1º trimestre). Houve os que estavam resilientes, cuja renda familiar diminuiu, mas as finanças se recuperaram totalmente (7%, aumento de 1% em relação ao 1º trimestre). Há o percentual de consumidores definidos como no limbo, no qual, além de a renda familiar ter caído, estão inseguros ou ligeiramente duvidosos de que suas finanças irão se recuperar. Para este grupo, a porcentagem foi de 22%, abaixo de 7% em relação ao 1º trimestre.

Apesar dessas melhorias, os consumidores estão reduzindo os gastos ilimitados em meio a preocupações em torno do pagamento de contas pessoais, provavelmente por questões macroeconômicas, como a inflação. Entre os brasileiros afetados, 93% expressaram preocupação com sua capacidade de pagar integralmente suas contas e empréstimos, o que foi estável a partir do 3º trimestre e acima de 90% no 1º trimestre de 2021. Já 56% indicaram que não seriam capazes de pagar pelo menos uma de suas contas e empréstimos atuais integralmente.

Além disso, o percentual de consumidores impactados que indicaram terem que reduzir os gastos ilimitados das famílias nos últimos três meses de 2021 aumentou para 75%, passando de 67% no 3º trimestre e 64% no primeiro estudo de 2021. Mais de oito em cada dez compradores (82%) expressaram preocupação com a taxa atual de inflação, com 88% indicando que estavam fazendo mudanças em seu comportamento de compra por causa disso. 

A maioria dos consumidores acredita que o acesso ao crédito é importante, mas muitos não têm o suficiente

Enquanto mais da metade dos consumidores pesquisados (57%) consideravam o alcance ao crédito importante para atingir suas metas financeiras, apenas 44% afirmaram que atualmente têm oferta suficiente a produtos de crédito. A maioria dos brasileiros (56%) considerou solicitar novos créditos ou refinanciamento de crédito já existente, mas acabou decidindo por não fazer, com 19% confiando que sua aplicação seria rejeitada devido ao seu histórico de compra e 21% acreditando que sua renda e status de emprego levariam à rejeição. Geração Z e Millennials eram os mais propensos a terem planos para solicitar novos créditos ou refinanciamento no próximo ano, em 40%, seguidos por Geração X (35%) e Baby Boomers (26%). 

"As gerações mais jovens reconhecem a importância do crédito, mas muitos sentem que não têm acesso suficiente. Para melhorar a inclusão financeira, os credores precisam encontrar maneiras de alcançar esses consumidores e oferecer-lhes produtos e soluções que atendam às suas necessidades", acrescenta Pasqualin.

Atividade de fraude aumenta e continua sendo uma ameaça aos consumidores

No 4º trimestre de 2021, 23% dos consumidores relatou ter sido alvo ou vítima de uma fraude digital relacionada à COVID-19, um aumento de 18% em relação ao 3º trimestre de 2021. Os esquemas de fraude mais comuns incluíam golpes de vendedores terceirizados em sites de varejo online (34%), cartão de crédito roubado e taxas fraudulentas (29%). Embora todas as gerações enfrentarem tentativas de fraude, a Geração Z foi ligeiramente menos afetada do que outras gerações, com 2% dizendo que estiveram envolvidas em um esquema de fraude, em comparação com 3% para Millennials, Geração X e Baby Boomers.

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