Imposto de Renda: Isenção será aprovada, difícil é fazer super-ricos pagarem, diz Haddad
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad está confiante com a aprovação do projeto no Congresso

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), declarou nesta sexta-feira (21) que o projeto de lei que concede a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais será aprovado no Congresso, porém pontuou a dificuldade que será enfrentada para compensar a perda na arrecadação. A declaração foi realizada durante entrevista ao podcast Inteligência Ltda.
"Agora nós mandamos a reforma da renda para isentar quem ganha até 5 mil reais. Era uma promessa do Bolsonaro que ele não cumpriu. O Lula prometeu, ganhou a eleição e mandou para o Congresso. Nós entregamos na mão do presidente da Câmara, o deputado Hugo Motta, o projeto de lei", iniciou Haddad.
Questionado sobre as chances de aprovação, o ministro demonstrou confiança. "Vai passar. O problema não é a medida em si, tanto é que todo mundo prometeu. O presidente Lula está cumprindo. O antecessor dele prometeu e não mandou. Por quê? A dificuldade é fazer quem não paga pagar para compensar", respondeu.
Na manhã da última terça-feira (18), Haddad apresentou ao Congresso a criação do imposto mínimo, que será cobrado de quem recebe a partir de R$ 600 mil anuais (o equivalente a R$ 50 mil por mês). A medida tem como foco tributar em 10% quem recebe mais de R$ 1 milhão ao ano, pois são os que não pagam ou pagam muito pouco imposto.
O ministro frisou que a medida é aprovada por grande parte da população e que será difícil para parlamentares da oposição votarem contra o projeto. "Foi promessa do Bolsonaro. Ele só não cumpriu, mas ele prometeu. Ou seja, vai ser muito difícil para o PL, que é o partido do Bolsonaro [votar contra]", afirmou.
"Vamos chegar a 20 milhões de pessoas isentas. Do outro lado, são 140 mil pessoas que hoje não pagam nem 10% de Imposto de Renda, contra uma professora de escola pública que paga 10%. Se ela paga 10%, por que um super-rico não paga? Se ele paga 3%, ele complementa 7 [pontos]. Se ele paga 14%, a lei não o afeta", finalizou Haddad.
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