Imprensa foi alvo de 11 mil ataques diários nas redes sociais em 2019
Estudo da Abert contabilizou publicações ofensivas a jornalistas
Foto: Divulgação
A imprensa profissional foi alvo de uma média de aproximadamente 11 mil ataques diários nas redes sociais em 2019, de acordo com estudo feito pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgado nesta quarta (11). Segundo o relatório sobre violações à liberdade de expressão, o número de casos de violência contra jornalistas diminuiu 50,78% em 2019, totalizando 56 casos contra 78 profissionais, dentre agressões físicas (24), ofensas (8), intimidações (6), ameaças (5), censuras (5), ataques/vandalismos (4), assédios sexuais (1), injúrias raciais (1), detenções (1) e roubos/furtos (1).
Pela primeira vez, o estudo contabilizou também os ataques realizados no mundo virtual contra a imprensa, por meio de análise realizada pela empresa Bites, que realiza monitoramento de redes sociais. O estudo contabilizou que, no ano passado, os 130 milhões de brasileiros com acesso ao Twitter produziram 6,2 bilhões de posts. Desse universo, 39,2 milhões de posts tiveram conteúdos com as palavras “mídia”, “imprensa”, “jornalista” e “jornalismo”.
Com base nesse recorte, foram contabilizados os ataques feitos nesses posts. foram produzidos 3,2 milhões de posts com palavras de baixo calão ou expressões que tentaram desacreditar o trabalho da imprensa por perfis e sites considerados de orientação política conservadora. Além disso, foram produzidos 714 mil tweets com ataques à imprensa por perfis e sites considerados de esquerda.
De acordo com o presidente da Abert, Paulo Tonet Camargo, houve uma mudança metodológica em relação ao relatório do ano passado, com uma separação dos ataques virtuais em um novo capítulo do relatório, por isso os números apontaram uma diminuição das violações à liberdade de imprensa fora do mundo virtual. Para Tonet, os ataques virtuais são “preocupantes”. "Revelam uma incompreensão com o papel do jornalismo. Nunca o jornalismo profissional foi tão importante e tão relevante para a sociedade brasileira e mundial". afirmou.