Impunidade em Brumadinho: Após quatro anos, ninguém foi responsabilizado pela tragédia da Vale
Bombeiros mantêm buscas diárias pelos desaparecidos na região
Foto: Reprodução/Agência Brasil
Após quatro do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que deixou 270 mortos e despejou rejeitos de mineração na bacia do Rio Paraopeba, ninguém foi responsabilizado pela tragédia. Até os dias atuais, bombeiros seguem com buscas diárias por três desaparecidos para que os familiares possam se despedir.
Nessa terça-feira (24), a Justiça Federal acatou a denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra 16 pessoas e as empresas Vale e Tüv Süd pelo rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho. Na ação, constam as queixas por homicídio qualificado, crimes contra a fauna, crimes contra a flora e crime de poluição.
Com base nas conclusões das investigações, a realização de perfurações verticais foi o gatilho para a liquefação que provocou o rompimento da estrutura, que já estava frágil, no dia 25 de janeiro de 2019.
Apesar de ter entendimento sobre os problemas da barragem, a consultora Tüv Süd emitiu Declarações de Condição de Estabilidade que autorizavam o funcionamento da estrutura mesmo com fator de segurança abaixo do recomendado por padrões internacionais. A mineradora conhecia a situação e apresentou os documentos às autoridades.
Mais de 1,4 mil dias após o rompimento, o alerta de não utilização da água bruta do Rio Paraopeba para qualquer fim, entre Brumadinho e Pompéu, permanece. A pesca de espécies nativas também está proibida em toda a bacia.