Imunização infantil inicia recuperação após retrocesso da pandemia, diz OMS
Vacinação alcançou 4 milhões de crianças a mais no ano passado
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Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicados nesta semana, mostram avanços nos serviços globais de imunização, com 4 milhões de crianças a mais sendo alcançadas em 2022 em comparação com o ano anterior. No entanto, ainda houve um total de 20,5 milhões de crianças que não receberam uma ou mais vacinas por meio dos serviços de imunização de rotina, devido aos impactos da pandemia.
Embora esse número represente uma melhoria em relação a 2021, ainda é maior do que em 2019, antes das interrupções causadas pela pandemia. A vacina contra difteria, tétano e coqueluche (DTP) é utilizada como indicador global de cobertura de imunização.
Das 20,5 milhões de crianças que perderam uma ou mais doses da DTP em 2022, 14,3 milhões não receberam nenhuma dose, conhecidas como crianças 'zero-dose'. Esse número representa uma melhoria em relação aos 18,1 milhões de crianças sem nenhuma dose em 2021, mas ainda é maior do que os 12,9 milhões de crianças em 2019.
No Brasil, o número de crianças que não receberam nenhuma dose da DTP caiu de 710 mil para 430 mil, entre 2021 e 2022, enquanto a cobertura de DTP1 avançou 5 pontos, chegando a 84%. Para a vacina contra a pólio, o número avançou 6 pontos, entre 2021 e 2022, chegando a 77%.
"Esses dados são encorajadores e um tributo àqueles que trabalharam tão arduamente para restaurar os serviços de imunização que salvam vidas após dois anos de declínio na cobertura de imunização", disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. "Mas as médias globais e regionais não contam a história completa e escondem desigualdades graves e persistentes. Quando os ficam para trás, as crianças pagam o preço", completou.
Sarampo
A vacinação contra o sarampo não se recuperou tão bem quanto outras vacinas, colocando mais 35,2 milhões de crianças em risco de infecção. A cobertura da primeira dose da vacina contra o sarampo aumentou para 83% em 2022, em comparação com 81% em 2021, mas permaneceu abaixo dos 86% alcançados em 2019.
Como resultado, no ano passado, 21,9 milhões de crianças não receberam a vacinação rotineira contra o sarampo em seu primeiro ano de vida - 2,7 milhões a mais do que em 2019 -, enquanto outras 13,3 milhões não receberam a segunda dose, colocando crianças em comunidades com baixa cobertura vacinal em risco de surtos. No Brasil, a cobertura vacinal para o sarampo chegou a 81% - melhores que a cifra de 73% em 2021, mas ainda aquém dos 91% em 2019.