Incremento do novo salário mínimo na economia será de quase R$ 70 bilhões, aponta Dieese
Adicionalmente, o Dieese calcula um incremento de R$ 37,7 bilhões na arrecadação tributária anual
Foto: José Cruz/Agência Brasil
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgou uma análise do impacto do reajuste do salário mínimo na economia brasileira. Com um salário mínimo oficial de R$ 1.412 a partir de 1º de janeiro de 2024, a entidade estima que aproximadamente 59,3 milhões de pessoas, cujos rendimentos são referenciados no salário mínimo, experimentarão um aumento conjunto de renda anual na ordem de R$ 69,9 bilhões.
Adicionalmente, o Dieese calcula um incremento de R$ 37,7 bilhões na arrecadação tributária anual sobre o consumo como resultado direto desse reajuste.
O ganho real, considerando a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de maio a dezembro de 2023, atingiu 5,77%. O aumento nominal de R$ 1.320 para R$ 1.412 representa 6,97%, enquanto o INPC para o mesmo período é estimado em 1,14%.
A análise do Dieese destaca o impacto positivo da política de valorização do salário mínimo, que vigorou de 2003 a 2016, trazendo aumento real todos os anos. Esta política é reconhecida como um dos fatores cruciais para o aumento da renda da população mais carente, contribuindo para a redução das desigualdades salariais e fortalecendo a economia nacional.
Apesar de alguns anos de perdas reais, a entidade ressalta que o reajuste fixado para janeiro de 2024 mais do que compensa perdas anteriores, resultando em um ganho real expressivo de 5,77% em relação a maio de 2023. O Dieese conclui que a valorização do salário mínimo não apenas beneficia diretamente os trabalhadores, mas também impulsiona o crescimento econômico ao expandir o mercado consumidor interno.