Indicadores apontam que PIB brasileiro está perdendo força na economia
Após alta de 1,9% entre janeiro e março, PIB começou a apresentar dados ruins de indústria e comércio
Foto: Reprodução/Agência Brasil
O desempenho da economia brasileira no primeiro trimestre deste ano surpreendeu positivamente, mas vai passar longe de repetir no segundo trimestre. Essa é a conclusão dos indicadores divulgados nas últimas semanas, que apresentam um cenário de desaceleração da atividade economica do país entre abril e junho deste ano. As informações são do Metrópoles.
No primeiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil avançou 1,9%, na comparação com os três meses imediatamente anteriores, e 4% em relação ao mesmo período de 2022. O resultado, que superou as projeções do mercado, foi impulsionado pelo desempenho excepcional da agropecuária, que registrou expansão de 21,6% – a maior alta trimestral do setor em quase três décadas, desde o final de 1996.
Especialistas do mercado não têm dúvidas de que o segundo trimestre vai apresentar números bem mais modestos. O Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC), considerado a “prévia” do PIB brasileiro, recuou 2% em maio. Setores cruciais para a economia, como indústria e comércio, que já não vinham bem, continuam “patinando”.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados na quarta-feira (1º) que mostram que a produção industrial brasileira oscilou 0,1% em junho, na comparação com maio. Ainda segundo o IBGE, as vendas do comércio varejista registraram queda de 1% em maio, tanto em relação ao mês anterior quanto na comparação com o mesmo período do ano passado.
Mesmo a criação de 157 mil novas vagas de emprego com carteira assinada em junho, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), poderia ter sido melhor, na avaliação de economistas.
“Grande parte da estabilização do desemprego em patamar baixo (8% em junho, o menor nível para o mês desde 2014) ainda se deve às pessoas consideradas aptas a trabalhar, mas que não estão procurando emprego”, afirma Marco Caruso, economista-chefe do PicPay, que projeta “perda de fôlego da atividade econômica” no segundo trimestre.
Essa é a mesma avaliação de Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O segundo semestre deste ano deve ser marcado por uma desaceleração mais acentuada nos dados de atividade, o que deve impactar negativamente o mercado de trabalho”, diz.