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Indício de fraude no Rio de Janeiro: serviço de ginecologia é agendado para homem enquanto vasectomia é agendada para mulher

Investigação da Policia Federal, denúncia aponta venda de vagas em tratamentos médicos na Prefeitura de Queimados, na Baixada Fluminense

Por Da Redação
Ás

Atualizado
Indício de fraude no Rio de Janeiro: serviço de ginecologia é agendado para homem enquanto vasectomia é agendada para mulher

Foto: Reprodução/Prefeitura de Queimados

Pessoas com acesso ao sistema de agendamento de consultas do sistema público de saúde marcaram mais de mil atendimentos na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, visando negociá-los com a população local em troca de “vantagem indevida financeira ou política”. É o que aponta uma denúncia enviada pela Câmara Municipal de Queimados à Polícia Federal. O agendamento deveria ser oferecido gratuitamente e seguir requisitos do princípio jurídico que estabelece a igualdade de todos perante a lei, a isonomia, priorizando as pessoas apenas pelo nível de urgência para atenção médica.

Conforme a denúncia, a maioria dos envolvidos trabalhou na Secretaria Municipal de Saúde de Queimados. Um deles atuou como subsecretário adjunto de Gestão Estratégica e Contas Médicas, Julio César Gomes Bezerra. O esquema era tão extravagante que Julio César chegou a marcar para si próprio consultas de ginecologia. Enquanto Crislaine da Cunha Silva, também ex-funcionária da prefeitura, agendou para si própria procedimento de vasectomia, cirurgia contraceptiva destinada a homens. Em um único dia, ela chegou a agendar 35 marcações em atendimentos que vão de pediatria a laqueadura. Além dos dois citados anteriormente, mais quatro pessoas possuem envolvimento no caso.

 “De forma geral, os autores das irregularidades, tendo total acesso ao sistema, conseguem visualizar as vagas abertas e fazem inserção do seu próprio nome ou de terceiros para ‘segurar a vaga’. Dessa forma, posteriormente eles conseguem cancelar essa marcação e substituir por alguém que seja do interesse desse grupo. Vale destacar que, em diversos procedimentos médicos, há uma fila de espera de centenas de pessoas no município, sendo essas prejudicadas por tal irregularidade desses funcionários”, diz trecho da denúncia.

O documento declara que a ex-secretária da Saúde Marcelle Nayda Pires Peixoto não cumpriu com a sua obrigação e não removeu o acesso dos ex-funcionários após o desligamento dos mesmos.

A Prefeitura de Queimados, comandada por Glauco Kaiser (União Brasil), ainda não se manifestou sobre o caso.

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