Indígenas lançam meta climática e pedem participação na COP30

Anúncio aconteceu no Acampamento Terra Livre, em Brasília, com participação do presidente da cúpula do clima, André Corrêa do Lago

Por FolhaPress
Ás

Indígenas lançam meta climática e pedem participação na COP30

Foto: Débora Schuch/Funai

Os povos indígenas do Brasil lançaram nesta quinta-feira (10) uma proposta de meta climática, a chamada NDC (sigla em inglês para "contribuição nacionalmente determinada"), que aponta o corte de emissões de carbono de cada país. A iniciativa é uma das pautas do movimento indígena para a COP30, a conferência sobre mudanças climáticas da ONU (Organização das Nações Unidas) que acontecerá em Belém em novembro.

O anúncio aconteceu durante a programação do ATL (Acampamento Terra Livre), em Brasília, a maior manifestação indígena do Brasil. O evento começou na segunda-feira (7) e segue até esta sexta (11).

O grupo lançou também a Comissão Internacional dos Povos Indígenas, com a parceria de organizações dos países da Bacia Amazônica, da Austrália e de ilhas do Pacífico. A iniciativa busca garantir mais participação dos povos originários na cúpula climática em Belém.

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, participou da cerimônia nesta tarde.

"Nenhum presidente da COP teve o privilégio de estar cercado de pessoas como vocês", disse, direcionado aos indígenas. "Vocês nos inspiram e inspiram o mundo. Essa COP vai abraçar vocês e vocês precisam abraçar ela."

Dinamam Tuxá, coordenador da Apib (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil), reforçou a proposta principal do movimento: a demarcação de terras indígenas como medida de conservação dos biomas. Ele atribuiu o aumento da violência nos territórios à falta da demarcação.

"Eu não poderia deixar de falar que pedimos a copresidência da COP30, e isso foi algo que foi trazido para nós como uma alternativa também para fortalecer a nossa relação na construção da conferência", afirmou.

A proposta inédita de uma copresidência indígena na COP, recusada pela organização do evento, foi uma pautas do G9 --grupo de coalizão formado por povos originários dos nove países da amazônia. O movimento foi criado durante a COP16, a conferência da ONU sobre biodiversidade que ocorreu em Cali, na Colômbia, em outubro passado.

A cerimônia reuniu as ministras Sônia Guajajara (Povos Indígenas) e Marina Silva (Meio Ambiente), a secretária executiva da COP30, Ana Toni, as deputadas Célia Xakriabá e Érika Hilton (ambas do PSOL), e representantes de organizações indígenas do Brasil e países parceiros.

Após os lançamentos, os indígenas percorram as ruas de Brasília em direção ao Congresso, onde protestaram contra a tese do marco temporal. A polícia usou bombas de gás lacrimogêneo e spray de pimenta contra manifestantes.

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