Indígenas protestam contra condenação de mulher por atropelar e matar criança de 4 anos na Bahia

Indígenas das etnias Pataxó Hãhãhãe, Pataxó e Imboré realizam um protesto, desde a última sexta-feira (26), contra a condenação de Tehiana Gomes de Freitas Pataxó, também indígena, pela morte de Enzo Gabriel Oliveira dos Santos, de 4 anos, atropelado com uma caminhonete.

Os protestantes das cidades de Camacan, Pau Brasil e Itaju do Colônia contestam a decisão da Justiça, expedida após realização de julgamento na última quinta (25), e acampam em uma área ao lado do Conjunto Penal de Itabuna. 

O crime aconteceu no dia 3 de junho de 2021, em Pau Brasil, no sul da Bahia. À época, Tehiana tinha 18 anos e não possuía Carteira Nacional de Habilitação (CNH). No momento do acidente, ela dirigia o veículo do namorado, Renato Santos Rocha, que também foi preso e condenado.

Tehiana foi condenada a 13 anos de reclusão em regime fechado e Renato a 2 anos de detenção com regime de liberdade e 2 anos e oito meses de suspensão para dirigir. 

Segundo a polícia, os dois ingeriram bebidas alcoólicas em um bar na zona rural de Pau Brasil, antes de Renato passar a direção da caminhonete para Tehiana. A condutora do veículo perdeu o controle e invadiu a calçada, atropelando Enzo Gabriel, que estava ao lado da mãe. Ela e o namorado fugiram com o carro ainda ligado, pressionando o corpo da criança contra a parede de uma casa.

De acordo com o cacique Flavio Tajano, a manifestação é para que a Justiça corrija as alegações sobre como ocorreu o acidente e dê a condenação de homicídio para Renato, pois o acidente teria sido provocado por ele. O pedido também é encontrado em faixas colocadas no acampamento. "Quando ela [Tehiana] desceu na ladeira, foi para desviar e não cometer o acidente. O Renato citou que ele puxou a direção do veículo, no qual causou o outro acidente", disse.

A defesa de Tehiana entrou com um recurso para que ela responda pelo crime de trânsito, e não por homicídio, pelo qual ela foi condenada.