Inflação reduz e alimenta expectativas de economistas por corte de juros
Índice de preços já começa a mostrar efeitos das altas dos juros e da desaceleração econômica
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
Os dados da inflação de março, que foram divulgados na última semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mudaram as expectativas e injetaram uma dose de otimismo nos economistas e investidores.
A bolsa de valores engatou em uma sequência de altas fortes, enquanto o dólar caiu para menos de R$ 5 pela primeira vez em dez meses. Por trás disso, está uma inflação que veio mais fraca que o esperado, com uma forte desaceleração e também começa aos poucos a mudar de perfil, com quedas de preços mais espalhadas entre as centenas de itens que são consumidos pelos brasileiros e monitorados pelo IBGE para calcular a inflação oficial do país.
De acordo com economistas consultados pela CNN, os fatores podem não ser suficientes para que o Banco Central mude sua postura em relação à Selic, mas deixam uma nova janela para que o BC possa cortar os juros mais cedo do que imaginam.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial de inflação do país, variou 0,7% em março e, em 12 meses, acumulou 4,6%. Essa foi uma redução forte ante o mês anterior, quando acumulava 5,6%, e o menor resultado desde janeiro de 2021.
Essa também foi a primeira vez nesses dois anos que o IPCA voltou a ficar abaixo do teto da meta de inflação que deveria ser entregue pelo BC, que tem o limite máximo de tolerância de 4,75% em 2023.