Política

Integrantes do governo Lula admitem erros na apresentação do pacote de gastos

Unificação do anúncio com projeto de isenção do IR, que ainda não foi enviado para votação, teria sido maior falha

Por Da Redação
Ás

Integrantes do governo Lula admitem erros na apresentação do pacote de gastos

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Auxiliares do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Palácio do Planalto e na equipe econômica do governo, concordam que houve erros na apresentação das medidas do pacote de controle de gastos e do projeto de mudanças no Imposto de Renda (IR).

Na última sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que erros na comunicação do pacote contribuíram para a alta do dólar e a reação negativa do mercado. Para os auxiliares é preciso um freio de arrumação nesse tema.

O pacote foi anunciado por Haddad em pronunciamento na TV e no rádio, no dia 27 de novembro, junto com a proposta de isentar a partir de 2026 do pagamento de IR quem ganha até R$ 5 mil mensais. Este último não foi enviado para votação no Congresso até o momento.

Enquanto a medida estava em discussão, houve uma divisão no governo: integrantes da equipe econômica, incluindo Haddad e Tebet, defendiam a tese de que a divulgação do pacote deveria tratar unicamente de medidas de contenção de gastos, sem misturar o tema com a reforma da renda.

Outro grupo, que incluía auxiliares de Lula no Palácio do Planalto e ministros da área social, desejava o anúncio unificado, para evitar a ideia de que o governo estaria operando um corte de gastos apenas com medidas que afetavam a população de baixa renda. 

O dia seguinte ao pronunciamento foi marcado por reações opostas. O mercado respondeu negativamente, assim como o centrão no Congresso. A Secretaria de Comunicação havia preparado uma série de materiais de redes sociais para destacar o impacto da isenção do IR na vida das pessoas. A Fazenda barrou as peças por entender que a divulgação agravaria a reação negativa.

Auxiliares de Lula avaliam que o saldo foi ruim, com o governo duplamente derrotado: em função da reação negativa do mercado, muito acima da esperada pelo governo; e por deixar de colher os louros da isenção do IR.

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