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Bahia

Internações por pneumonia avançam na Bahia e crianças e idosos são as principais vítimas

Grupos prioritários somaram cerca de 16.830 das internações entre janeiro e agosto de 2024

Por Emilly Lima
Ás

Atualizado
Internações por pneumonia avançam na Bahia e crianças e idosos são as principais vítimas

Foto: Reprodução/Prefeitura de Feira de Santana

Coriza, febre, calafrios, tosse, falta de ar e dor ao respirar estão entre os sintomas da pneumonia, infecção que gerou mais de 22.440 internações entre janeiro e agosto de 2024, conforme dados da Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). As principais vítimas são crianças entre 0 e 9 anos, e idosos a partir dos 60 anos, que juntos somaram cerca de 16.830 internações no total. 

Segundo a médica pneumologista Priscila Franco, os dados refletem os principais grupos de risco para desenvolver a pneumonia. "São os extremos de idade (crianças pequenas e idosos >65 anos), gestantes, tabagistas, etilistas, portadores de doenças crônicas como asma, doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC), diabetes mellitus, doença renal e hepática, além de pessoas imunocomprometidas (baixa da imunidade), seja de etiologia primária ou secundária, como por neoplasias, infecção por HIV ou uso de medicações imunossupressoras", explicou em entrevista ao Farol da Bahia

Conforme os números disponibilizados pela Sesab à reportagem, apesar de crianças e idosos constituírem a principal faixa etária acometida pela enfermidade, adolescentes, jovens e adultos também estão entre os casos de internações na Bahia. 

Até agosto deste ano, 708 adolescentes de 10 a 14 anos foram internados com diagnóstico para pneumonia. Já entre os jovens de 15 a 29 anos, o número de internações foi de 1.164. Entre os adultos de 30-39 anos (1.030), 40-49 anos (1.222) e 50-59 anos (1.490). 

É muito comum que os sintomas de pneumonia sejam confundidos com os de sinusite e bronquite, por exemplo, já que também provocam febre e tosse com secreção. Além disso, não existe apenas um tipo de pneumonia; a infecção pode ser provocada por substâncias tóxicas, bactérias e fungos. De acordo com a especialista, caso os sintomas sejam persistentes, o recomendado é procurar por uma avaliação médica. 

Mortes por pneumonia na Bahia

Além de serem as maiores vítimas das internações, os idosos também lideram o total de mortes pela pneumonia no estado. De janeiro a outubro deste ano, 2.846 pessoas a partir dos 60 anos morreram por complicações da infecção. Desse total, o maior número das vítimas tinha a partir dos 80 anos.

Ao contabilizar todas as faixas etárias das vítimas fatais até 30 de outubro de 2024, a Bahia registrou 3.442 mortes por pneumonia. O número é apenas 363 a menos do que o registrado ao longo do ano passado, quando teve 3.805 mortes, conforme os dados da Sesab. 

Como prevenir?

Lavar as mãos com frequência, evitar aglomerações, não fumar, evitar o consumo de bebidas alcoólicas estão entre as formas de prevenção da pneumonia, mas as vacinas são essenciais para combater a infecção e reduzir a gravidade da doença, de acordo com a dra. Priscila Franco. 

Ao Farol da Bahia, a especialista explicou que dois imunizantes são essenciais na prevenção da pneumonia: a vacina antipneumocócica e a da influenza (gripe). 

"A vacina contra pneumonia reduz o risco de contrair pneumonia causada pelo pneumococo (principal agente causador das pneumonias bacterianas), além de prevenir complicações graves, como hospitalização, danos nos pulmões e até mesmo morte. Esta vacina também pode oferecer proteção contra outras doenças relacionadas ao Streptococcus pneumoniae, como meningite, sinusite, bronquite e otite", destacou ao completar:

"Já a vacina da gripe reduz a chance de infecções graves pelo vírus influenza, reduzindo assim a chance de pneumonias de etiologia viral, por um dos principais agentes infecciosos", disse. 

Atualmente, o estado tem cobertura vacinal de 88,32% para o imunizante Pneumo 10, que protege contra doenças pulmonares, como pneumonia. Do total de 417 municípios, 241 atingiram 90% ou 100% da cobertura, conforme dados do Ministério da Saúde. Em Salvador, o percentual é de 72,54%.

Apenas 32,85% do público se vacinou em Salvador, segundo a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Qualquer pessoa acima de seis meses de idade pode se imunizar contra a influenza (gripe) em algum dos postos de saúde da capital.

Já sobre a cobertura vacinal para a influenza, 40,45% do grupo prioritário se imunizou. A meta é atingir pelo menos 90%. Fazem parte deste grupo pessoas com mais de 60 anos, crianças na faixa etária de seis meses a cinco anos, além de portadores de doenças crônicas.

A médica especialista também reforça que as pessoas que tiveram pneumonia façam uma consulta com pneumologista para avaliar possíveis doenças respiratórias associadas. "[...] para que essas doenças possam ser controladas, reduzindo o risco de novos episódios e, principalmente, o risco de sequelas pulmonares e perda da função pulmonar. As doenças crônicas, não só respiratórias, devem ser bem controladas, além de manter a vacinação atualizada, de acordo com a faixa etária", concluiu.

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